22 novembro 2015

Blackstone quer fechar negócio de €100 milhões


Real Estate, IMOnews Portugal
A Blackstone, um dos maiores fundos de private equity (fundos de investimento em ativos não cotados em bolsa) do mundo, através da Multi Corporation, a sua plataforma de retalho na Europa, está em vias de fechar a compra em Portugal de um portefólio de ativos comerciais de cerca de €100 milhões.


O negócio, que deverá estar concluído até ao final deste ano, envolve retail parks e também centros comerciais. A informação foi avançada por Jaap Blokhuis, CEO da Multi Corporation a nível europeu, e Francisco Cavaleiro de Ferreira, CEO da empresa em Portugal, numa entrevista conjunta ao Expresso onde falaram da estratégia do grupo para o setor do retalho e do impacto causado pela entrada da Blackstone na Multi (adquirida em dos 2013 por este fundo). 


A muito curto prazo está desde já o negócio de €100 milhões que deverá ficar fechado durante o próximo mês. Apesar de preferir não adiantar muitos pormenores sobre o negócio por ainda não se encontrar finalizado, Francisco Ferreira adiantou que se tratam de "cinco ou seis ativos, entre pequenos retail parks e outros imóveis comerciais, localizados em diversos ate pontos do país, todos pertencentes à mesma entidade". 

Um portefólio que deverá reforçar a atual carteira da Multi em Portugal e que é composta, entre ativos da sua propriedade e outros em que é apenas gestora, por 12 centros comerciais, quatro retail parks, um outlet e três parques de escritório.

Depois de ter protagonizado em 2014 aquele que foi considerado o maior negócio de investimento imobiliário dos últimos oito anos - a compra de ativos de retalho e logística à ESAF (Espírito Santo Fundos de Investimento Imobiliário) por €200 milhões - e de, já este ano, ter adquirido o Almada Fórum e o Fórum Montijo, a Blackstone volta às aquisições em Portugal (tal como tem feito no resto do mundo). Como empresa de private equity que é, a Blackstone - detentora, entre outros ativos, dos hotéis Hilton - continua atenta a boas oportunidades de negócio, num registo muito rápido de negociação e conclusão de processos (no caso do portefólio da ESAF, por exemplo, fechou-se em dois meses). 

"Temos neste momento os recursos que precisamos para crescer em termos de aquisições", diz Francisco Ferreira, comentando a liquidez que a Multi tem agora desde a sua integração no universo Blackstone. Recorde-se que a multinacional holandesa foi comprada pelo fundo com sede nos EUA, em 2013, passando a partir dessa data a concentrar toda a gestão dos ativos de retalho na Europa. 

Blackstone 'salva' Multi 

Jaap Blokhuis vai mais longe: "Há três anos, a Multi estava seriamente em risco de não sobreviver. Tiveram de ser feitas escolhas difíceis, mas a empresa não tinha muitas opções e, no final, a verdade é que a Blackstone foi o melhor que lhe poderia ter acontecido." 

Dois anos após a integração, o saldo faz-se com contas de multiplicar. "A Multi começou na Europa com um portefólio que valia €2 mil milhões e a ambição da Blackstone, para já, é chegar aos €10 mil milhões. E estamos quase lá. Mas o objetivo é ir mais além e bater a Klépierre ou a Hammerson, por exemplo", diz ainda o CEO da Multi Corp, adiantando que neste momento a empresa ocupa o 49 lugar na Europa em termos de dimensão com a gestão de 84 centros comerciais (dos quais 60 são propriedade da Multi/Blackstone). 

Já a nível mundial, e por acumulado, a Blackstone conquistou um lugar cimeiro no mercado imobiliário, com investimentos não só no retalho mas também na área da hotelaria, escritórios, residencial, industrial e saúde, gerindo 93 mil milhões de dólares (€86 mil milhões) em ativos. 

Um crescimento recente, feito a partir de investimentos estrategicamente localizados e com boas taxas de retorno de investimento. No mais recente relatório da Blackstone, refere-se que desde 2009, altura em que o mercado imobiliário a nível mundial estava em baixa, até agora o fundo aplicou 54,8 mil milhões de dólares (€51 mil milhões) em ativos.

O QUE DIZ A MULTI 
Estratégia no mercado português - "Estamos compradores. Não estamos a vender nada do nosso portefólio. E é mais provável que a Blackstone venda edifícios de escritórios, do que compre. Mas o único que é da nossa propriedade (o Metropolis) nao está, por agora, à venda".
Ativos da Sonae Sierra - "Interessa-nos, mas temos de ver o que estão a pedir por essa participação nos seus ativos e olhar para o desenvolvimento do mercado. É um bom portefólio".
Ativos dos bancos - "Não nos interessa comprar centros comerciais inacabados, como é o caso do Évora Shopping". 

NÚMEROS DA EMPRESA EM PORTUGAL 
  • Portefólio (propriedade ou só gestão): 12 centros comerciais (p. ex. Forum Sintra e Armazéns do Chiado), 4 retail parks,1 outlet e 3 parques de escritórios.
  • Número total de lojistas:1500 
  • Número de visitantes: 90 milhões de pessoas por ano. 
  • Valor dos ativos próprios: 800 milhões de euros. 
Fonte: Expresso

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