23 dezembro 2015

Marcas de luxo sem espaço para novas aberturas


Lojas querem concentrar-se na Avenida da Liberdade. Chineses e angolanos são os principais clientes. Existe interesse das grandes marcas de luxo para abrirem lojas em Lisboa (e mais recentemente também no Porto) mas os espaços atrativos escasseiam, levando-as a desistir de Portugal. 
 O estudo “Business Briefing Retalho de Luxo em Portugal”, da consultora Cushman&Wakefield (CW), mostra que a área ocupada pelo sector de luxo nas ruas de Lisboa se encontra acima dos 20.000 m2 distribuídos por 81 lojas (representando este segmento 9% do total da oferta de retalho de rua concentrada no centro da capital).


Só nos últimos cinco anos abriram 37 marcas de luxo, sendo que 2013 foi o melhor ano de sempre: 12 novas lojas que ocuparam 4.000 m2, e marcas tão mediáticas como a Cartier ou a Michael Kors. 
Uma série de fatores contribuíram para o sucesso desse ano. A lei do arrendamento aprovada no final de 2012 que veio flexibilizar o mercado e facilitar os despejos, o turismo que já dava sinais de crescimento exponencial e os preços baixos do imobiliário português em comparação com os praticados em outras capitais, entre outras razões, atraíram as marcas internacionais. Mas "em 2014 e 2015 verificou-se um decréscimo nas aberturas de unidades comerciais deste segmento, com 8 aberturas em 2014 e 4 em 2015, um decréscimo essencialmente associado à escassez e oferta de espaços mais do que a uma perda de interesse 43% pelo nosso mercado por parte dos operadores", sublinha-se no estudo da CW.

A artéria preferida das marcas é, sem dúvida, a Avenida da Liberdade. Das 81 lojas existentes na capital, 54 estão aqui representadas, isto é, 67% de toda a oferta de luxo. Castilho e Chiado surgem logo a seguir.

O estudo mostra ainda que quem mais compra nestas lojas são os turistas estrangeiros. Entre os estrangeiros não europeus, são os angolanos os que mais compras fazem em Portugal - cerca de 43% do total. Segundo dados do Banco de Portugal para o ano de 2014, por exemplo, o valor das transações efetuadas com cartões emitidos no estrangeiro, em terminais de pagamento automático localizados em Portugal, atingiu os 2500 milhões de euros. Os chineses surgem em segundo lugar no top dos melhores compradores com 16,9% mas têm a particularidade de gastarem mais por compra: €766, segundo números atualizados pelo Observatório do Turismo de Lisboa relativo ao mês de outubro. Já os angolanos despenderam em outubro €310 por compra. um valor que subiu em relação aos dados do Observatório para o mês anterior cuja média foi de €272. Neste ranking dos turistas não europeus que mais gastam surgem na 3ª posição os brasileiros (13.5% e média de €264 por compra), os moçambicanos (com 4% e £253 por aquisição) e, uma estreia na 5ª posição, os americanos (com 2,9% e média de €582 por compra).

Fonte: Expresso

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