19 fevereiro 2016

“Tudo o que é segmento premium está a escoar bem”


O segmento premium do mercado residencial não é motivo de preocupação. Luís Rocha Antunes, diretor de capital market da consultora C&W, diz que “está tudo a escoar bem, tanto em termos de velocidade como de preços”.


Quais as zonas da cidades de maior procura no segmento residencial elevado?
Podemos falar de toda a cidade, mas a zona histórica consolidada é o melhor alvo e onde temos registado procura mais forte é nos locais conhecidos: Avenida, Chiado e Baixa. No entanto, assistimos a um grande alargar dessa zona a áreas como a Av. Liberdade, Bairro Alto e zona do Castelo, ou a zona de S. Paulo e da 24 de julho, que estão claramente a atrair a atenção de investidores nacionais e estrangeiros.

Os preços irão manter-se ou subir e há mercado para mais stock?
Há espaços para tudo em termos de stock. Neste momento, no segmento mais acessível, há uma enorme concorrência de produtos instalados nos subúrbios e em zonas mais modernas da cidade, onde a construção do ciclo anterior criou grande quantidade de stock. Direi que se criou uma oferta mais ajustada, tanto para nacionais como para estrangeiros, com o mercado a autorregular-se. Friso que tudo o que é de segmento premium está a escoar bem, tanto em termos de velocidade como de preços. Desde que não se comece a criar produto premium em zonas que não o são, estaremos equilibrados.

Há condições para os investidores entrarem na promoção de edifícios para renda controlada?
Sabemos de alguns promotores que olham com interesse, mas essa reabilitação precisa de escala, precisa de uma localização, dentro da cidade, e precisa que as coisas façam sentido, caso do custo à entrada.

Qual o papel do turismo na reabilitação?
É um papel importante a nível do comércio de rua. Há muitas zonas da cidade adormecidas que não justificavam essa dinâmica e, hoje em dia, há um fluxo pedonal nas ruas que alimenta isso, caso da Av. da Liberdade, Chiado ou a Baixa, a par de outras zonas da cidade. Realço que boa parte das vendas é feita a turistas, ou seja, para uso de hotéis e apartamentos turísticos. Há uma explosão da procura por parte de turistas desses países e a reabilitação urbana tem capacidade de oferecer produtos que privilegiam o caráter de Lisboa. Direi que a revolução do turismo ajudou a potenciar a reabilitação urbana.

O que está a C&W a fazer nesta área?
Na C&W, ao contrário de outras consultoras, focamos naquilo que é o nosso core, ou seja, na criação de produtos que influenciam a forma como as pessoas influenciam a cidade. Há projetos emblemáticos em que a C&W esteve envolvida e o nosso maior trabalho foi, e continua a ser, fazer planos de negócios que funcionem, e depois assistimos os nossos clientes com construtoras e arquitetos. Temos uma equipa de 15 a 20 pessoas que estão relacionadas com os projetos e avaliações e percebem o racional de uma operação para esta ser viável.

Fonte: OJE

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