22 março 2016

Edifícios emblemáticos: Venda-se!


O arranque de 2016 tem sido marcado por um conjunto de operações protagonizadas por edifícios que não deixam os lisboetas indiferentes. Grupos de comunicação, seguradoras, espaços culturais. É uma tendência a acentuar-se.

As notícias sucedem-se a um ritmo acelerado. Edifícios que marcam o imaginário colectivo lisboeta estão a mudar de mãos, geralmente para donos estrangeiros. Os americanos têm sido a nacionalidade em destaque neste tipo de operações.

Há dois fluxos em curso: o das empresas e privados que procuram garantir liquidez de uma forma rápida e o fluxo dos investidores que, virando-se dos depósitos bancários para os fundos de investimento, procuram oportunidades a bons preços. Quando os dois se encontram, o negócio fecha-se. Se o edifício tiver inquilinos fixos, tanto melhor.

A prioridade no que respeita a este tipo de investimento tem trazido poucas surpresas em termos de localização. Como mostra esta lista do Negócios, Avenida da Liberdade, Parque das Nações e Chiado têm sido prioritários. É neles que se faz sentir uma maior pressão.

Também o destino a dar aos edifícios não deixa margem para exclamações. Em casos em que já haja um inquilino disposto a pagar o valor definido de renda, os escritórios tendem a manter-se. Depois, pode seguir-se o segmento de luxo, tanto na habitação, como na hotelaria.

Esta nova fase do imobiliário não está livre de críticas, sobretudo por mexer com alguns aspectos tradição. Quando se junta a palavra "luxo" o tom da contestação sobe. Tem sido públicas e frequentes as queixas de que o património nacional está a ser vendido sem critério e de que o volume de turistas em Lisboa arrisca descaracterizar a capital portuguesa.

Henrique Moser, sócio da Telles Advogados, discorda desta percepção. "Lisboa tem uma procura incrível dos estrangeiros. Esses edifícios de que me fala oferecem poucas camas. Não estamos a falar daqueles hotéis que depois há com centenas de camas. São coisas pequenas em locais emblemáticos que, sobretudo, os turistas procuram. Não vejo dificuldades nisto. Francamente, Lisboa ainda tem enorme capacidade e falta de oferta".

O advogado recorda ainda que investimentos em zonas históricas permitem revitalizar esses locais, que de outra forma ficariam abandonados.

DIÁRIO DE NOTÍCIAS - Uma redacção que vira hotel ou habitação de luxo
O negócio está praticamente fechado. A Globalmedia – dona do Diário de Notícias – já anunciou a instalação das suas equipas nas Torres de Lisboa. O futuro do edifício na Avenida da Liberdade deverá passar pela hotelaria ou habitação de luxo. O Observador já escreveu que o encaixe pode variar entre os 20 e os 25 milhões.

MONUMENTAL - Espanhóis atentos ao mercado luso
A imobiliária espanhola Merlin Properties anunciou a compra do edifício Monumental (com centro comercial e escritórios) e de uma das Torres de Lisboa. O negócio está avaliado em 100 milhões de euros. Para o Monumental, a empresa prevê uma total remodelação do edifício, com renovação completa da fachada e das instalações. Em Portugal já era dono do edifício onde funciona a tecnológica Novabase.

RENASCENÇA - Rádio transforma-se em hotel de luxo
As mudanças arrancam em breve. A Rádio Renascença vai mudar-se para a Quinta do Pastor, entre Benfica e a Buraca, abandonando o edifício que ocupava desde 1937. O número 14 da Rua Ivens, em Lisboa, vai ser transformado num hotel de charme com 94 quartos, gerido por um grupo português. A Fidelidade, dona do edifício, esperava gastar 13 milhões de euros entre a compra e remodelação do activo.

PALÁCIO DAS BELAS ARTES - Investidores portugueses também entram no jogo da compra
O negócio foi fechado em Dezembro de 2015. O Palácio das Belas Artes, no Chiado, foi comprado por 18 milhões de euros a um investidor nacional. Antes, estava nas mãos de um fundo imobiliário. O imóvel tem uma área de seis mil metros quadrados e será agora alvo de um projecto de reabilitação.

TRANQUILIDADE - Sede da seguradora está à venda
A seguradora comprada pela Apollo em 2015 tem à venda vários imóveis por 140 milhões de euros, avançou a Bloomberg na semana passada. A Tranquilidade, que pertencia ao Grupo Espírito Santo, está a avaliar a alienação devido às novas exigências da regulação. Segundo a agência de informação, os imóveis à venda da seguradora estão avaliados em 140 milhões de euros.

ATENEU COMERCIAL DE LISBOA - Hotel de luxo na mira do Processo Especial de Revitalização
O Processo Especial de Revitalização (PER) do Ateneu Comercial de Lisboa define a venda do edifício para um fim hoteleiro. Há uma petição online a pedir a recuperação do edifício para os seus fins originais."Interessados não devem faltar", diz Liliana Escalhão, sócia do bar Primeiro Andar, único inquilino do Ateneu.

Fonte: Negócios

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