11 abril 2016

O ‘príncipe do Príncipe Real’


Com uma carteira de 20 imóveis em Lisboa, o presidente da Eastbanc avança com mais dois projetos de reabilitação. Anthony Lanier, o milionário que nos Estados Unidos é conhecido como “o rei de Georgetown”, uma zona histórica em Washington que nos últimos anos, às mãos deste promotor, passou por uma acentuada revitalização urbanística e comercial, bem poderia conquistar em Portugal o epíteto de ‘príncipe do Príncipe Real’.


Com 20 imóveis, entre os quais quatro palacetes, adquiridos ao longo dos últimos 15 anos, a grande maioria nesta zona central da cidade, o presidente do Eastbanc é o grande responsável pela transformação da icónica Praça do Príncipe Real ao criar um destino comercial diferenciado com a abertura em 2013 e 2014 dos espaços comerciais Embaixada e Entre Tanto, ocupados maioritariamente por marcas nacionais focadas no design e na inovação.


Depois de consolidar os seus projetos na área comercial, Anthony Lanier está a avançar com novos negócios desta vez no segmento residencial de luxo (também na Praça do Príncipe Real) e outro de escritórios e retalho na Praça da Alegria, junto à Avenida da Liberdade.

Para os seus projetos atuais, o promotor foi buscar o premiado arquiteto português Souto de Moura, “um arquiteto com visão e que tem confiança na sua visão”. O objetivo, diz, é criar produtos com valor em edifícios com localizações irrepetíveis: no número 1 da Praça da Alegria, com 3100 m2 de área para escritórios e uma loja no piso térreo e no Palácio Faria, o projeto residencial, um imóvel classificado do século XVIII com apenas seis apartamentos e cuja obra já arrancou, devendo estar terminada no próximo ano.

100 milhões de investimento aplicados em Portugal 

Tendo investido até agora €50 milhões para a aquisição dos 20 imóveis, a Eastbanc tem um orçamento previsto de mais €50 milhões para a sua reconversão a serem gastos nos próximos anos. Para já, para o Palácio Faria estão previstos "€5 milhões a €5,5 milhões", adianta o responsável, referindo que não tem pressa em vender os apartamentos e prefere arrancar com a comercialização só quando estiverem concluídos. "Não queremos explicar às pessoas como são os apartamentos. Queremos que elas os possam ver", sublinha o promotor da Eastbanc, referindo que o preço por metro quadrado andará pelos valores praticados atualmente para o segmento mais alto em Lisboa, escusando-se, porém, a especificar. Também em Georgetown, seleta zona urbana em Washington, onde a Eastbanc tem a sua sede (morou, por exemplo, John F. Kennedy) e uma carteira de imóveis com 60 edifícios, a estratégia de promoção é a mesma. "Não temos pressa. E as pessoas não se importam de ficar em lista de espera porque querem espaço, o luxo maior dos dias de hoje. Não fazemos casas que parecem barcos de tão diminutas que são", ironiza. 

Anthony Lanier há muito que conhece bem Portugal. Aqui passou férias na sua juventude e aqui conheceu a sua mulher, que é portuguesa. Mas nunca viu o mercado imobiliário com tanto potencial de rentabilidade como agora. "Portugal está a viver um momento único", diz, aplaudindo algumas das medidas de incentivos aos estrangeiros para aqui adquirirem casa e o apoio à reabilitação urbana. "Programas como o Estatuto do Residente Não Habitual (que confere isenção fiscal a quem aqui resida por um mínimo de 183 dias por ano) são excelentes porque estão a atrair para cá pessoas que querem realmente viver em Portugal, que gastam aqui o seu dinheiro e passam a fazer parte da comunidade. Já os vistos gold são uma ideia horrível porque trata-se apenas de transferir imobiliário para pessoas que não querem residir no país". 

Já adaptado à burocracia do país para licenciamento dos projetos de construção — "a burocracia em Lisboa 'não é pior que em Washington" — o promotor enaltece a forma como a cidade se está a reabilitar de forma sustentada. E mantém o interesse em continuar a investir em mais imóveis. "Mas o mercado não está bom agora para comprar mas para construir. E se calhar vamos levar mais 15 anos a adquirir o imóvel ideal, mas cá estaremos nessa altura". 

Fonte: Expresso

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