05 maio 2016

Alojamentolocal para turistas faz disparar rendas


A APEMIP, associação de mediadores imobiliários, alerta para o facto de haver muitas casas para arrendar a turistas e poucas no mercado para o arrendamento habitacional, o que faz disparar os preços. O número cada vez maior de casas que alimentam o chamado alojamento local, de arrendamento de curta duração destinado a turistas, "fez disparar as rendas, prejudicando muito o arrendamento normal", trazendo "especulação ao mercado", sobretudo nas zonas de Lisboa e Porto, onde se concentra a maioria dos arrendamentos.


Quem o diz é Luís Carvalho Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), em declarações esta quarta-feira, 4 de Maio, em Lisboa. "Para os proprietários pode parecer mais compensador no imediato, porque lhes traz mais receita, mas o futuro não passa por aí", considerou o responsável. "Tem de se encontrar um equilíbrio entre o interesse dos investidores e o das populações".

Basicamente o problema é que continua a faltar oferta para a procura e a oferta que existe para o arrendamento habitacional tem preços muito elevados. Numa conferência de imprensa em que apresentou um levantamento realizado pela APEMIP, Luís Lima afirmou que os preços das rendas nas grandes cidades continuam demasiado elevados e que a Lei das Rendas não conseguiu reduzi-los. 

"O mercado continua com um enorme desequilíbrio entre a oferta e a procura", afirmou, exemplificando que "atualmente, não se consegue arrendar um T1 no centro de Lisboa por menos de 800 euros". Pelas contas da APEMIP, o valor médio da oferta em Lisboa atinge os 1.836 euros nas Avenidas Novas, 1.750 euros na freguesia da Misericórdia (zona de Santa Catarina e Príncipe Real), os 1.400 no Parque das Nações ou os 1.325 na freguesia de Santo António (zona do Marquês de Pombal). 

Confrontadas com um problema semelhante, as autoridades da cidade alemã de Berlim anunciaram recentemente que vão avançar com multas pesadas para quem arrendar casas a turistas através de plataformas como a Airbnb, Wimdu e 9Flats. A ideia é conseguir manter as rendas do mercado habitacional a preços acessíveis, evitando desequilíbrios.

Fonte: Negócios

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