28 maio 2016

Procura nacional por casas de luxo em alta


Recuperação do segmento de luxo é notória, mas a leitura racional e ponderada do mercado é fundamental, aponta Gustavo Soares, Managing Director da Portugal Sotheby´s International Realty. A recuperação que o mercado de habitação de luxo atravessa é notória, mas “só este ano estamos perto de atingir os números verificados em 2010/ 2011”, refere Gustavo Soares, Managing Director da Portugal Sotheby´s International Realty. Por essa razão, afirma, “não estamos a assistir a nada de extraordinário, mas apenas à retoma para níveis que já existiram no passado”.


Esta leitura “positiva” é também “ponderada”. A “leitura racional do mercado é fundamental para não entrarmos em desvarios emocionais, nomeadamente ao nível dos preços de venda”, resume o mesmo especialista. “Temos assistido ao surgimento de uma espiral de crescimento ao nível dos preços e a uma mentalidade de que tudo se vende a qualquer preço”, frisa. Mas “nunca podemos esquecer, contudo, que os preços obedecem à lei da oferta e procura, e se estamos a assistir a um aumento da procura, o mesmo se passa ao nível da oferta de propriedades”, pelo que “a variável preço não depende apenas da vontade individual mas sim deste equilíbrio”. 

Procura nacional cresce 

A procura estrangeira representa “sempre, neste segmento, cerca de 50%” do total das transações, podendo “ser ainda maior quando falamos de propriedades acima do milhão de euros”, esclarece o mesmo responsável. “Esta realidade verifica-se em todos os países onde existam propriedades de luxo e Portugal acompanha esta tendência”. 

Contudo, este ano “estamos a notar uma procura muito significativa por parte dos compradores nacionais, nomeadamente no intervalo entre os 500 e 800 mil euros, tendo aqui a nossa empresa investido fortemente nomeadamente ao nível da abertura de novos escritórios e novos meios de marketing para captar ainda mais esta procura específica”. 

Assim, foi recentemente criado no Parque das Nações o sétimo escritório da Sotheby’s, com o objetivo de “suprir exatamente a necessidade de ocupar uma zona chave do território de Lisboa, cada vez mais procurada por clientes estrangeiros e nacionais que pretendem morar na zona oriental da cidade”. A marca afirma-se “assim mais capaz de disponibilizar os serviços a todos os proprietários de imóveis de luxo que pretendam vender nesta zona de Lisboa”. 

Mais de 20 nacionalidades 

No caso da procura externa, os chamados Vistos Gold “dinamizaram essencialmente o mercado dos chamados imóveis da banca e/ou de grandes promotores, não sendo essa área exactamente o segmento de luxo”, esclarece. “Tem havido assim alguma confusão nesta matéria por se relacionar o preço com o luxo e confundir produtos de luxo com produtos caros, não tendo por isso a Sotheby’s grande relevo nesta matéria dos Golden Visa”. 

Para além das zonas mais tradicionais relacionadas com este segmento, como Lisboa ou Algarve, Gustavo Soares assegura que “a procura orienta-se fundamentalmente, na nossa opinião, onde existe a oferta ou possibilidade de oferta”. Neste momento, “a oferta no segmento de luxo trespassa estas zonas tradicionais e, por essa razão, a Sotheby’s tem presença nacional através de sete escritórios em locais onde muitos nunca tinham sequer pensado existir luxo”. 

A Portugal Sotheby´s International Realty irá ainda “alargar esta presença a outros locais através da abertura de mais cinco escritórios nos próximos dois anos, disponibilizando uma maior oferta no segmento de luxo captando e atraindo, assim, um maior número de potenciais compradores internacionais para Portugal”. Entre os principais mercados externos aponta “sobretudo o mercado europeu, que se identifica mais com a nossa cultura, seguido dos mercados asiático e Médio Oriente”. 

Contudo, acrescenta Gustavo Soares, “continuamos a lidar todos os anos com mais de 20 nacionalidades de compradores provenientes de locais diversos do mundo”.

Sotheby’s prossegue expansão

A Portugal Sotheby’s International Realty abriu um novo escritório em Lisboa, na zona da Expo. O sétimo escritório da marca em Portugal “concluiu o primeiro plano de expansão iniciado há cerca de cinco anos”, culminando uma etapa que deu corpo a um projeto designado “ 7 escritórios, 7 arquitetos”. Noutro âmbito, teve lugar a 2ª convenção anual da Portugal Sotheby’s International Realty, que juntou os cerca de 150 profissionais que integram a empresa em Portugal. O evento teve como figura proeminente o Global Vice-President da Sotheby’s International Realty Michael Valdés. A convenção serviu como mote de lançamento para a segunda fase de expansão da marca que será implementada durante os próximos dois anos. Esta prevê o lançamento e abertura de cinco novos escritórios em território nacional, num investimento total de um milhão de euros e a integração de mais 120 colaboradores.

Londres, Paris, São Paulo e Rio são fontes de interesse

A Sotheby’s, “localizada mais de 60 países com mais de 800 escritórios, “permite-nos ter acesso a um potencial de compradores e negócio extremamente elevado em Portugal”, assegura Gustavo Soares. Na página online da marca “estão disponibilizas cerca de 3600 propriedades, entre as quais 50% são moradias e as restantes distribuídas entre apartamentos e propriedades que incluem terrenos, quintas e herdades”. Cerca de “75% dos imóveis encontram-se acima dos 500 euros, o que reforça a forte presença que a empresa tem neste segmento”. Este portfólio abrange as mais relevantes áreas geográficas em termos de luxo, com particular destaque para o Algarve (36%), seguido de toda a linha de Cascais (23%), Lisboa (23%) e Porto (18%). A página da Sotheby’s em Portugal está integrada no seu website internacional, que representa também em termos globais cerca de 46 mil imóveis distribuídos pelos principais destinos de luxo à escala mundial.Gustavo Soares salienta que um estudo levado a cabo pela Sotheby’s International Realty, que relaciona a origem da procura através da internet com os países de origem da oferta. Este “coloca a cidade de Londres como fonte de maior interesse na procura de casas em solo nacional, seguida de Paris, São Paulo e Rio de Janeiro”. 

Fonte: Público Imobiliário

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