02 outubro 2016

Crédito à habitação. Sabia que pode poupar milhares de euros se mudar de banco


A guerra dos spreads no crédito à habitação voltou. Veja que spread tem e faça algumas contas. Há quem lhe trate de tudo e, melhor ainda, sem que você tenha de pagar um cêntimo. Maria Meireles comprou casa em pleno pico da crise. Teve de se sujeitar a um spread de 2,75 %, que passados 3 anos já sabia que ia subir para quase 5 %. E subiu.


Na altura em que assinou o contrato com o banco, acreditava, na sua boa vontade, que como era cliente do banco há décadas, eles aceitariam renegociar o spread inicial, de modo a baixá-lo ou, pelo menos, a mantê-lo. Não aceitaram e, de repente, ficou com uma mensalidade do crédito à habitação de quase 700 euros, mais o seguro de vida, mais o seguro multirriscos. Incomportável.


Mas não desistiu. Neste momento tem um spread de 1,75 %. Baixou a mensalidade em 120 euros por mês e conseguiu baixar também o seguro de vida. Feitas as contas por alto, está a poupar 1.600 euros por ano em relação ao que estava a pagar no início do contrato, ainda antes de ter aumentado o spread. Como conseguiu?

Se tem neste momento um spread superior a 2 %, está automaticamente habilitado a poupar centenas - ou até milhares - de euros por ano. É que há bancos que já regressaram à guerra de spreads (lembra-se dos 0,3 % que alguns faziam em 2007?) e estão a oferecer 1,75 % ou menos. Isto quer dizer que basta transferir o seu crédito à habitação para um destes bancos para ficar imediatamente a pagar menos sem mudar de casa nem ter grandes trabalhos. Quanto maior for o seu spread atual, maior será a redução na sua mensalidade.

Mas quanto é que terá de pagar para transferir o crédito? Pois. Essa é a grande notícia que quero partilhar consigo: nada!

Há bancos que estão a suportar todas as despesas da transferência, incluindo a penalidade por liquidação antecipada no banco antigo que, normalmente, seria o cliente a pagar. É uma despesa que pode ir dos 500 aos 2 mil euros e que o banco paga por si. Oferece também todas as despesas com a nova escritura e as despesas com o dossier do empréstimo.

Se já está a sorrir, espere um pouco. Se for ao banco sozinho já tratar disto, o que provavelmente vai acontecer é que vão dar-lhe um descontozinho e pode até achar que afinal o que eu lhe disse não é tão bom assim.

O “truque” é fazer isto através de empresas que pegam em pacotes de clientes e fazem a negociação por nós. Uma coisa é chegar ao banco novo e propor um crédito de 100 mil euros, outra é chegar lá com 4 ou 5 milhões de euros. Conseguem os melhores spreads e as melhores condições.

Sim, mas quanto é que temos de pagar a essas empresas? Quer mais uma boa notícia? Nada!

É que eles recebem uma comissão do banco - e não dos clientes - que transferem o crédito. Todos ganham: nós, a empresa que transfere o crédito e o banco, que recebe dinheiro sem esforço nenhum e com a papelada toda preenchida.

E o banco antigo não perde? Claro! Mas então que acompanhem os spreads da concorrência. Há casos de pessoas que, perante a ameaça de saída, ficaram com melhores condições no mesmo banco. Mas tem de avaliar.

Os únicos custos para si são gastar um dia para fazer a nova escritura, mudar a domiciliação do ordenado, passar a conta da luz e do gás para o novo NIB e eventualmente ter um novo cartão de crédito. Ou seja, o mesmo que provavelmente tem no seu banco atual.

Aproveite também a “onda” para baixar o seu seguro de vida e o multirriscos. Ganha 3 vezes. Olhe que não há dicas de poupança assim todos os dias. A Maria Meireles vai poupar, nos próximos 36 anos, 57 mil euros.

Fonte: Expresso

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