A zona de Alcântara, em Lisboa, está em alta e vai tornar-se a médio prazo um dos principais centros de serviços da capital. Com a construção do hospital da CUF a andar a bom ritmo e a notícia de novos investidores na Lx Factory, há também novidades naquele que é considerado um dos maiores projetos da capital: o Alcântara Offices, do grupo SIL, há 24 anos em espera para avançar, vai finalmente arrancar para a obra, graças à participação do BNP Paribas.
Aquele que é o segundo maior banco da Europa e o 109 em todo o mundo (segundo o ranking "Forbes Global 2016") está a consolidar a sua posição em Portugal no que diz respeito à instalação de centros de serviços partilhados. E precisa cada vez mais de espaço.
Atualmente com 4 mil colaboradores a trabalhar em Lisboa (9% dos quais oriundos de 44 países), o grupo financeiro ocupa, corno inquilino, vários edifícios no centro da cidade. Mas a escolha estratégica de Portugal para acolher os centros operacionais de serviços partilhados terá pesado na decisão de adquirir um espaço próprio.
O projeto do grupo SIL, liderado por Pedro Silveira, tem prevista a construção de 72 mil m2 acima do solo e 40 mil m2 de estacionamento subterrâneo, num investimento global de €145 milhões.
Volvidos 13 anos desde os primeiros planos, o atual projeto com assinatura de Frederico Valsassina vai ter 11 prédios com mais de sete pisos cada.
O objetivo é alocar 50% da área prevista para habitação e a outra metade para escritórios. A primeira fase vai incidir na construção de escritórios.
Por parte do BNP Paribas, segundo adiantou outra fonte de mercado, o ranço objetivo será ficar com metade da área destinada a escritórios - cerca de 15 mil m2 -, financiando o projeto, em sociedade com o grupo SIL, e mantendo-se depois como inquilino, após o término das obras.
"O grupo SIL tinha até agora como parceiro o Deutsche Bank, que se encontra, entretanto, em fase de desinvestimento. A entrada do BNP Paribas na sociedade passará assim pela aquisição da participação do banco alemão no grupo SIL", explicou uma fonte do mercado.
A entrada do grupo francês no projeto de Alcântara vai ter implicações nos espaços de escritórios que ocupa em diversas localizações do país. "Uma mudança que deverá passar por libertar o edifício da Rua Alexandre Herculano, onde ocupa 6 mil m2 de área, mas mantendo as instalações do Parque das Nações, o da Torre Ocidente, no complexo Colombo e na Avenida Almirante Gago Coutinho", referiu outra fonte.
Lx Factory vendido
Lisboa está em franca expansão imobiliária e não é só nos segmentos residencial e turístico. O imobiliário comercial tem registado dinamismo em especial na zona ribeirinha, um processo iniciado há cerca de uma década, quando a EDP lançava a primeira pedra para a construção da sua sede, movimentando então toda a zona de Santos. Alcântara tem-se assumido como uma extensão natural deste processo.
A despontar encontra-se já a obra do futuro hospital CUF Tejo, da José de Mello Saúde. A nova unidade de saúde, projetada também por Frederico Valsassina, está localizada entre a Avenida 24 de Julho, a Avenida da Índia e a Rua de Cascais e terá mais de 75 mil metros quadrados distribuídos por seis pisos.
A escassos minutos de distância do hospital e paredes-meias com o futuro projeto do grupo SIL está ainda o complexo cultural e empresarial Lx Factory. Segundo o "Jornal de Negócios", o espaço que pertencia à empresa Mainside foi vendido ao grupo francês Keys Asset Management.
A Keys Asset Management, empresa imobiliária de Pierre Mattei e Cyrill Garreau, comprou a Catumbel, participada da Mainside, detentora do Lx Factory. Segundo o jornal, o grupo francês espera acolher neste espaço mais do que as cerca de 200 empresas e negócios que já estão instaladas no complexo.
Fonte: Expresso
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