A Fidelidade lançou uma oferta de venda de imóveis. São 277 activos imobiliários, dos quais 51% em Lisboa. Objectivo é reforçar solidez e reconfigurar o perfil da carteira de imóveis, explica Magalhães Correia.
A Fidelidade acaba de lançar uma operação de venda de várias carteiras de imóveis com o objectivo de reforçar o seu nível de solidez e reconfigurar o perfil do seu património imobiliário. "Os ganhos que registarmos com esta operação servirão para reforçar a solvência da companhia e investir em projectos mais concentrados", explica Jorge Magalhães Correia, presidente da seguradora da Fosun, ao Negócios.
A Fidelidade iniciou contactos com mais de uma centena de investidores nacionais e internacionais que possam estar interessados nos imóveis. Em causa estão 277 ativos, dos quais 51% localizados em Lisboa e 12% no Porto, estando os restantes espalhados um pouco por todo o país, incluindo Açores e Madeira.
Cerca de 70% dos activos têm uso residencial, muitos dos quais estão ainda em propriedade vertical. "Só na Baixa de Lisboa há mais de 2.000 frações", sublinha o gestor para exemplificar a complexidade associada à gestão destes imóveis. Magalhães Correia garante que também "há muitos ativos bons para desenvolvimento imobiliário", área em que a Fidelidade não tem competências especificas. De fora deste portefólio estão os edifícios que estão ao serviço da companhia e da sua rede de distribuição, incluindo as lojas de mediadores.
Os potenciais interessados têm até 17 de Novembro para fazerem uma avaliação preliminar das carteiras e entregarem ofertas de compra não vinculativas. De seguida, um grupo de investidores selecionado pela Fidelidade terá acesso a informação detalhada sobre os diversos portefólios, para poderem avançar com ofertas finais. O objectivo da companhia detida pelos chineses da Fosun é concluir este processo, no máximo, durante o segundo trimestre de 2018.
"Vai ser um processo competitivo já que o objetivo é optimizar o valor de venda dos imóveis", assume Magalhães Correia. "Queremos aproveitar o facto de Lisboa estar na moda", adianta o gestor.
O principal objetivo da operação é reforçar a solidez da seguradora, com os ganhos na alienação de património e a redução do nível de exposição ao imobiliário. Magalhães Correia admite que o peso deste património nos ativos da companhia, que ronda a 12%, possa diminuir com estas alienações, apesar de a política de investimentos da empresa permitir que as aplicações em imóveis representem um máximo de 15% do seu património total.
A simples redução da exposição aos imóveis que venha a realizar deverá libertar capital, uma vez que, de acordo com as regras de Solvência II, a exposição ao património imobiliário é ponderado a 125% no valor dos ativos ponderados pelo risco.
A venda dos imóveis é uma das iniciativas com que a Fidelidade espera conseguir atingir a meta de aumentar o nível de solvência para a fasquia entre 150% e 160%, contra os atuais pouco mais de 140%. Desta forma, a companhia espera melhorar a sua capacidade de financiamento, já que, de acordo com a tabela de equiparação da EIOPA, Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma, a partir dos 150% de solvência as empresas seguradoras podem ser consideradas como tendo uma classificação de "rating" de BBB+.
Fonte: Negócios
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