02 novembro 2017

BCE mantém prestações da casa baixas por mais dois anos


Com as taxas de juro inalteradas até, pelo menos, o início de 2019, as Euribor deverão continuar em níveis negativos por mais dois anos. Uma evolução que continuará a permitir mensalidades reduzidas no crédito à habitação. Não haverá alterações nas taxas de juro durante um "longo período de tempo", revelou o Banco Central Europeu (BCE), após a reunião da quinta-feira passada.


Isso significa que também as Euribor vão manter-se em níveis negativos por mais tempo. E, com isso, vão permitir às famílias portuguesas continuar a pagar prestações mais baixas no crédito à habitação. A julgar pelas expetativas do mercado, as taxas vão continuar negativas até Setembro de 2019.

A última reunião de política monetária do BCE terminou sem novidades no que diz respeito às taxas de juro: o preço do dinheiro manteve-se nos 0% enquanto a taxa de depósitos ficou inalterada nos 0,4%. E vão continuar nestes níveis "por um longo período de tempo, e bem para lá do horizonte de compras líquidas de ativos", avançou o banco central.

Para Jessica Hinds, o facto de o BCE ter reiterado que as taxas se iriam manter nos atuais níveis "bem para lá" do período da compra de ativos, deverá reduzir o número de investidores a antecipar uma subida de juros em Dezembro de 2018. "Com o BCE a deixar a porta aberta a comprar ativos além de Setembro de 2018, há um claro risco de que a primeira subida de juros aconteça depois da nossa atual previsão de Março de 2019", sublinha a economista europeia da Capital Economics, numa nota de investimento divulgada na quinta-feira.

As declarações de Mario Draghi de que, "até ao final do programa, as taxas de juro vão manter-se onde estão vão manter as taxas Euribor ancoradas nestes níveis", sublinha Luís Carvalho ao Negócios. E esta era uma expetativa que o "mercado já estava a descontar", pelo que o CIO da CaixaAgrícolaGest não antecipa um grande impacto nas Euribor no curto prazo.

Também Filipe Garcia considera que foram reforçadas "as expetativas que já existiam de que as taxas de juro se manterão inalteradas por muitos meses". Os contratos futuros sobre a Euribor a três meses colocam esta taxa em níveis negativos até ao último trimestre de 2019. E, "para as maturidades mais longas, também se pode dizer que não se espera que voltem a terreno positivo antes de 2019", acrescenta o economista da IMF.

As últimas sessões têm sido marcadas por reduzidas variações nestas taxas interbancárias, que continuam próximas de mínimos históricos.

Os portugueses que têm crédito à habitação indexado à taxa Euribor e que tenham a sua revisão no próximo mês deverão sentir um aumento ligeiro de 0,02% nos encargos. Considerando um financiamento de 100 mil euros, a 30 anos, com "spread" de 0,7%, a mensalidade será de 293,57€, o que compara com os 293,52€. Tendo em conta os mesmos pressupostos para crédito indexados à Euribor a seis meses e que sejam revistos no próximo mês, a prestação deverá cair 0,43%, dos atuais 297,22€ para 295,95€.

Fonte: Negócios

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