26 novembro 2017

Chegou o momento dos promotores imobiliários regressarem aos grandes projetos


Estão de regresso os projetos imobiliários ao país. Depois da crise são vários os promotores que tiraram da gaveta alguns empreendimentos que estavam no papel e começarem a construir. Foi o caso da RAR Imobiliária que decidiu avançar com alguns que tinha em carteira, nomeadamente o primeiro aqui em Lisboa. A Quinta do Paço, no Lumiar, tem a assinatura do arquitecto Eduardo Souto de Moura e um ano após o seu lançamento, José António Teixeira, CEO da RAR Imobiliária revela que o projeto já se encontra 40% vendido, ou seja, sete moradias num total de 17 a serem construídas, quando ainda nem as obras arrancaram.


O responsável assegura que é um projeto diferenciador pois dentro da cidade de Lisboa praticamente não existem condomínios de moradias. Todas têm piscina privativa e pátios interiores, e apresentam o traço caraterístico do seu projetista, Souto de Moura.

José António Teixeira está confiante no atual mercado imobiliário, dadas as melhorias que se verificam nos índices mais relevantes, e sublinha que “a procura continua a ser superior à oferta. O crescimento do preço das casas volta a acelerar e regista-se um aumento exponencial do crédito à habitação. O índice de confiança das famílias atinge novo recorde igualando valores de há quinze anos, a par de um cenário macroeconómico altamente favorável, com o PIB a seguir uma tendência de aumento há 14 trimestres sucessivos e a economia do país com um crescimento contínuo ao longo deste ano, o mais elevado desde 2007”.

Para o CEO da RAR chegou o momento de os promotores lançarem novos projectos ou de recuperar os que estavam guardados. José António Teixeira revela que a estratégia adoptada pela RAR Imobiliária em 2008 foi, precisamente, a de não iniciar nenhum dos projectos que tinha “em carteira” e limitar-se a comercializar aqueles que, entretanto, tinha desenvolvido, o que, naquela altura, não era tarefa fácil como todos sabemos.

“Tomámos medidas que vieram a verificar-se estrategicamente corretas, como termos sido dos primeiros promotores imobiliários a apostar no arrendamento com opção de compra. E, apesar de contra a corrente, termos aumentado a nossa tabela de preços em 2012, isso veio dar segurança no investimento a quem estava interessado em adquirir casa. Além disso, começámos a praticar Yields nos arrendamentos que se vieram a contratar como uma alternativa mais segura e mais rentável para aplicação de capitais por parte, fundamentalmente, de investidores particulares”, assegura. O responsável adianta ainda que a prova de que esta estratégia resultou está nos resultados da empresa, que mesmo durante a crise apresentou anualmente Ebitda’s positivos de vários milhões de euros. “Com a retoma da economia e com a evolução positiva do sector imobiliário nacional, decidimos há dois anos avançar com os projectos que tínhamos aprovados”, salienta.

Neste momento outros projectos que a RAR tem, como o de Algés ou a segunda fase do Edifício do Parque em Matosinhos, estão em fase de análise para o seu arranque e desenvolvimento.

O que muda entre Lisboa e Porto é a dimensão

Quanto às diferenças entre o mercado de Lisboa e do Porto, José António Teixeira, revela que que a principal diferença se verifica a nível de escala/dimensão.

“É claro que Lisboa, além de ser capital, tem uma população residente e flutuante muito superior à do Porto. Isto leva a que a procura seja muito mais significativa e consequentemente, provoque um acréscimo de preços relevante em termos comparativos.

Por outro lado, em termos sociológicos, a população residente de Lisboa tem vivido, tradicionalmente, virada para dentro da cidade, enquanto no Porto esse movimento só se começou a verificar nos últimos anos e, mesmo assim, muito direccionado para o alojamento local”, admite.

Quanto ao futuro do mercado imobiliário, o responsável acredita que se mantenha durante muito tempo, “até porque não nos podemos esquecer do contributo que o imobiliário tem para o PIB nacional e para a taxa de emprego. Claro está que, no médio prazo, a tendência aponta para uma desaceleração dos preços como consequência de um equilíbrio entre a oferta e a procura, que terá que se verificar e que contribuirá, sem dúvida, para a consolidação do mercado”, conclui.

Fonte: Jornal Económico em parceria com o Diário Imobiliário

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