
Estão de regresso os projetos imobiliários ao país. Depois da crise são vários os promotores que tiraram da gaveta alguns empreendimentos que estavam no papel e começarem a construir. Foi o caso da RAR Imobiliária que decidiu avançar com alguns que tinha em carteira, nomeadamente o primeiro aqui em Lisboa. A Quinta do Paço, no Lumiar, tem a assinatura do arquitecto Eduardo Souto de Moura e um ano após o seu lançamento, José António Teixeira, CEO da RAR Imobiliária revela que o projeto já se encontra 40% vendido, ou seja, sete moradias num total de 17 a serem construídas, quando ainda nem as obras arrancaram.
O responsável assegura que é um projeto diferenciador pois dentro da cidade de Lisboa praticamente não existem condomínios de moradias. Todas têm piscina privativa e pátios interiores, e apresentam o traço caraterístico do seu projetista, Souto de Moura.
José António Teixeira está confiante no atual mercado imobiliário, dadas as melhorias que se verificam nos índices mais relevantes, e sublinha que “a procura continua a ser superior à oferta. O crescimento do preço das casas volta a acelerar e regista-se um aumento exponencial do crédito à habitação. O índice de confiança das famílias atinge novo recorde igualando valores de há quinze anos, a par de um cenário macroeconómico altamente favorável, com o PIB a seguir uma tendência de aumento há 14 trimestres sucessivos e a economia do país com um crescimento contínuo ao longo deste ano, o mais elevado desde 2007”.
Para o CEO da RAR chegou o momento de os promotores lançarem novos projectos ou de recuperar os que estavam guardados. José António Teixeira revela que a estratégia adoptada pela RAR Imobiliária em 2008 foi, precisamente, a de não iniciar nenhum dos projectos que tinha “em carteira” e limitar-se a comercializar aqueles que, entretanto, tinha desenvolvido, o que, naquela altura, não era tarefa fácil como todos sabemos.
“Tomámos medidas que vieram a verificar-se estrategicamente corretas, como termos sido dos primeiros promotores imobiliários a apostar no arrendamento com opção de compra. E, apesar de contra a corrente, termos aumentado a nossa tabela de preços em 2012, isso veio dar segurança no investimento a quem estava interessado em adquirir casa. Além disso, começámos a praticar Yields nos arrendamentos que se vieram a contratar como uma alternativa mais segura e mais rentável para aplicação de capitais por parte, fundamentalmente, de investidores particulares”, assegura. O responsável adianta ainda que a prova de que esta estratégia resultou está nos resultados da empresa, que mesmo durante a crise apresentou anualmente Ebitda’s positivos de vários milhões de euros. “Com a retoma da economia e com a evolução positiva do sector imobiliário nacional, decidimos há dois anos avançar com os projectos que tínhamos aprovados”, salienta.
Neste momento outros projectos que a RAR tem, como o de Algés ou a segunda fase do Edifício do Parque em Matosinhos, estão em fase de análise para o seu arranque e desenvolvimento.
O que muda entre Lisboa e Porto é a dimensão
Quanto às diferenças entre o mercado de Lisboa e do Porto, José António Teixeira, revela que que a principal diferença se verifica a nível de escala/dimensão.
“É claro que Lisboa, além de ser capital, tem uma população residente e flutuante muito superior à do Porto. Isto leva a que a procura seja muito mais significativa e consequentemente, provoque um acréscimo de preços relevante em termos comparativos.
Por outro lado, em termos sociológicos, a população residente de Lisboa tem vivido, tradicionalmente, virada para dentro da cidade, enquanto no Porto esse movimento só se começou a verificar nos últimos anos e, mesmo assim, muito direccionado para o alojamento local”, admite.
Quanto ao futuro do mercado imobiliário, o responsável acredita que se mantenha durante muito tempo, “até porque não nos podemos esquecer do contributo que o imobiliário tem para o PIB nacional e para a taxa de emprego. Claro está que, no médio prazo, a tendência aponta para uma desaceleração dos preços como consequência de um equilíbrio entre a oferta e a procura, que terá que se verificar e que contribuirá, sem dúvida, para a consolidação do mercado”, conclui.
Fonte: Jornal Económico em parceria com o Diário Imobiliário
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