Criado no final de 2011, o fundo FLIT, gerido pela ECS Capital, tem 20 anos para rentabilizar activos comprados à banca.
O FLIT (Fundo de Lazer e Imobiliário Turístico), gerido pela empresa de capital de risco de António de Sousa, ECS Capital, foi constituído no último trimestre de 2011 e atingiu uma capitalização de 385 milhões de euros. O portefólio integra nove empreendimentos, entre os quais três da antiga Sociedade Lusa de Negócios (SLN), actual Galilei (e ex-accionista do BPN), e outros dois dizem respeito ao Hilton Conrad, hotel algarvio da empresa em insolvência Imocon, e o Colombo´s Resort (Porto Santo), do empresário Sílvio Santos.
O universo ex-SLN, agora Galilei Imobiliária, inclui o Boavista Prime Office, edifício de escritórios e lojas, na avenida da Boavista, Porto. O segundo é um edifício residencial de 23 apartamentos, o Jazz Residence, na rua 5 de Outubro, também no Porto. E o terceiro é um loteamento de habitação em Celas, Coimbra. O empreendimento Boavista Prime Office envolveu um investimento de 20 milhões de euros, para uma área de escritórios de 3.570 metros quadrados (m2), distribuídos por cinco pisos acima do solo, e área comercial de 2.271 m2 e oito lojas no piso térreo. "Ao fim de ano e meio de comercialização, a componente de escritórios e comércio apresenta uma taxa de ocupação média de 65%, com vários inquilinos de referência", avança fonte do processo.
O edifício residencial Jazz Residente será colocado no mercado de arrendamento. Quanto ao loteamento em Coimbra, o objectivo passa pelo desenvolvimento no médio prazo.
A estes activos juntam-se mais quatro, os quais a ECS Capital se recusa a divulgar. A crise económica, agravada pela subida do preço do dinheiro, levaram muitos empreendimentos imobiliário-turísticos à insolvência, principalmente aqueles que se encontravam demasiado alavancados. Os fundos de capital têm sido a solução encontrada pela banca para gerir activos com potencial de valorização no futuro. "O fundo tem um período de 20 anos, o que permite estabilizar e completar o desenvolvimento dos projectos, adoptando novas linhas estratégicas e modelos de negócio, em linha com o objectivo de rentabilidade económica", nota fonte ligada ao processo.
Dívida da Galilei ao BCP
O endividamento da Galilei Imobiliária ao Millennium bcp, o seu principal credor, e a necessidade de "equilibrar a gestão dos activos" são as razões apontadas, por fonte da empresa, liderada por Fernando Lima, para justificar a venda dos três activos ao FLIT.
O actual momento da economia e o facto de "não esperarem muita rentabilidade dos activos", são as justificações para a Galilei entregar os empreendimentos à banca. O objectivo do grupo agora é concentrar-se no desenvolvimento de outros projectos residenciais e turísticos em Lisboa, Porto, mas também em Angola. O grupo prevê gerar receitas de 800 milhões de euros com estes projectos, num prazo de oito anos.
Fonte: Económico
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