18 junho 2012

Todos os dias 5 construtoras pedem a insolvência


Empresas absorveram 86% dos novos empréstimosÉ a derrocada da construção e imobiliário, que se debate, já desde 2002, com a mais longa e profunda crise de que há memória - só desde o início do ano, já pediram a insolvência 811 empresas, um aumento de 64%. São quase cinco empresas por dia.


Os números "são altamente preocupantes", diz Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, e atestam o desagregar do tecido empresarial com que a fileira se debate. "Vamos chegar ao final do ano com mais 14 mil empresas desaparecidas no sector da construção e do imobiliário", explica, lembrando que as insolvências "são uma ínfima parte" da realidade. "Muitos são os empresários que, simplesmente, encerram o negócio."

O reverso da moeda é o disparar dos números do desemprego. A construção e o imobiliário são o maior empregador nacional, mas perderam, na última década, mais de 320 mil postos de trabalho. "Estão a desaparecer, diariamente, 23 empresas e a deixar no desemprego 426 pessoas", refere o presidente da CPCI. "Só no primeiro trimestre do ano foram 38 mil os postos de trabalho eliminados, o equivalente a metade do emprego total destruído na economia."

Números 'negros' que tornam ainda mais incompreensível que o Governo tenha criado um programa de apoio ao emprego jovem e às PME, mas deixe de fora a construção e o imobiliário, defende. "É incompreensível que o sector, que tem contribuído com 49% a 50% dos desempregados em Portugal, seja excluído do único programa de incentivo ao crescimento e ao emprego que se conhece", protesta Reis Campos. Até porque os indicadores mais recentes "mostram um cenário devastador no que à construção e ao imobiliário diz respeito". De acordo com os mais recentes números do INE, o valor acrescentado bruto (VAB) do sector caiu 10,5%, enquanto o investimento em construção registou uma quebra de 12,5% em termos homólogos.

Fonte: Dinheiro Vivo

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