Um dos mais ambiciosos planos de sempre em Portugal está suspenso por dificuldades de financiamento. Paredes devia receber a cidade inteligente PlanIT Valley já em 2013, uma iniciativa totalmente privada que contou com o apoio do governo e da autarquia quando foi anunciada, há três anos.
Mas a crise tornou quase impossível angariar as centenas de milhões de euros necessárias para avançar com as obras. Nem o poder das empresas envolvidas - gigantes como a Microsoft, Siemens, IBM e Cisco - ajudou a abrir linhas de crédito.
"O problema é que se trata de capital intensivo. São precisos pelo menos 500 milhões de euros", diz ao Dinheiro Vivo Celso Ferreira, o autarca de Paredes que esteve envolvido no processo desde o início. No total, o empreendimento custa 10 mil milhões de euros, numa área total de 17 quilómetros quadrados.
Steve Lewis, o CEO da holding gestora Living PlanIT, garante mesmo assim que no final de 2012 haverá capital suficiente para "começar e terminar a primeira vaga", correspondente a 1,1 milhões de metros quadrados e com capacidade para dez mil residentes. "Em paralelo, continuaremos a tentar angariar mais capital para financiar as vagas seguintes de desenvolvimento."
O CEO confirma que as obras estão paradas, mas afasta totalmente o cenário de cancelamento. "Não há alternativas ao sucesso", sublinha.
Pelo lado da autarquia e do governo, não há nada a fazer. "Não depende nada da câmara", garante Celso Ferreira, justificando a situação com a crise. "A concessão de crédito a projetos em Portugal está difícil", diz, afastando, porém, a possibilidade de cancelamento: "Há compromissos das empresas." Uma das hipóteses que o autarca avança é o recurso a fundos de Bruxelas - não necessariamente ao QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional).
Fonte: Dinheiro Vivo
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