18 julho 2012

Tétris Design & Build aposta na remodelação de escritórios e comércio


O setor de escritórios e da indústria de centros comerciais tem grandes áreas devolutas que necessitam de remodelação. A Tétris Design & Build, divisão da Jones Lang LaSalle, está apostada neste mercado, afirma Carlos Cardoso, diretor desta área para Portugal.
O que explica a dinâmica da Tétris Design & Build em Portugal quando a economia doméstica continua em forte contração? Como evoluiu o semestre?
Há vários fatores que explicam a boa performance da Tétris Design & Build, não só em Portugal, mas em todos os países da região EMEA (Europa, Médio Oriente e África) onde a empresa está presente. Em primeiro lugar, há uma grande aposta do grupo Jones Lang LaSalle (JLL) nesta área. Só para ter uma ideia, desde 2007, a Tétris abriu 16 escritórios em 11 países, seja através de crescimento orgânico ou por aquisição de outras empresas. Por outro lado, a maioria dos nossos clientes são multinacionais que trabalham com o grupo JLL em todo o mundo e, por isso, não são tão afetados pela conjuntura que vivemos. Em Portugal, este ano, a nossa atividade também tem sido muito dirigida para empresas internacionais, que aproveitam estes ciclos baixos do imobiliário para racionalizar custos e percebem que esta é uma boa altura para mudar de instalações. Apesar da conjuntura, algumas destas empresas estão também a expandir, e temos tido a oportunidade de acompanhar a sua expansão. Por último, mas não menos importante, considero que tenho uma equipa nova e motivada, que está empenhada em fazer bons projetos e boas obras, que são reconhecidas pelos nossos clientes.

A Tétris Design & Build trabalha preferencialmente com o ocupante dos espaços ou com o proprietário?
Posso dizer que 60% da nossa faturação advém de trabalhos realizados para ocupantes, seja na área de escritórios para a mudança, remodelação, ampliação ou redução de instalações, seja na abertura ou remodelação de lojas, e 40% é proveniente das obras que realizamos para proprietários. Deixe-me, no entanto, referir que este equilíbrio poderá vir a alterar-se, já que, na atual conjuntura, é extremamente importante atuar ao nível da modernização e atualização do parque de escritórios e da indústria dos centros comerciais. Se pensarmos, por exemplo, que o mercado de escritórios de Lisboa tem um volume substancial de área devoluta, muita da qual não tem condições de ocupação, faz todo o sentido que estes espaços sejam alvo de uma intervenção que facilite a sua colocação no mercado. Por outro lado, sabemos que há centros comerciais que estão a passar por dificuldades e, muitas vezes, a renovação e um "refresh" destes equipamentos pode fazer toda a diferença para atrair mais público.

Sendo a área de atuação da Tétris transversal à vertente dos escritórios e do retalho, que "apport" consegue trazer ao negócio convencional?
O nosso grande objetivo, seja na Tétris seja no grupo Jones Lang LaSalle, é oferecer soluções chave na mão. O grupo dispõe de uma gama de serviços que nos permite acompanhar todas as fases do processo imobiliário, desde o apoio na montagem dos negócios ou dos projetos até à venda dos imóveis para investimento, passando pela comercialização, gestão, avaliação, bem como fit out e obra, através da Tétris. Isto representa uma enorme mais-valia para os nossos clientes, não só porque temos um conhecimento mais aprofundado do seu negócio, dos seus projetos e portefólios que nos permite responder da melhor forma às suas necessidades atuais e futuras, mas também porque têm um interlocutor único.

O que explica a alteração da designação na Europa para Tétris, Design & Build? Que mensagem pretende o grupo enviar aos clientes e potenciais clientes?
A JLL entrou na área da arquitetura através da aquisição de empresas do segmento. Em 2007, adquiriu a Tétris, em França, que era então, e continua a ser, líder na área de construção de interiores. A Tétris era uma marca muito forte no mercado francês e, por isso mesmo, em vez de a aglutinarem na JLL, resolveram potenciá-la, criando uma marca própria e com autonomia para crescer e trilhar o seu próprio caminho na Europa e no resto do mundo. Por outro lado, a empresa quis fazer uma separação clara entre a área de consultoria e a de construção e, para isso, criou uma marca própria para esta última, o que permite também que a sua atuação possa abranger clientes que não são típicos das empresas de consultoria imobiliária.

Existe ligação funcional entre a Tétris Portugal e congéneres europeias? Já ocorreram respostas de vários escritórios europeus para o mesmo cliente?
Sim, existe uma ligação constante entre todos os escritórios da Tétris. Há conferências telefónicas semanais e quatro encontros presenciais por ano. A partilha de informação, experiências, conhecimento e know how é permanente e existe mesmo uma plataforma online onde cada um dos países está representado e essa partilha é feita permanentemente. O mais importante da partilha é saber exatamente o que cada escritório anda a fazer, de modo a que possa ocorrer uma resposta global. Uma vez que trabalhamos muito com multinacionais, essa ligação é crucial e não pode ser descuidada. Posso dar-lhe o exemplo da Adecco, para a qual a Tétris desenvolveu trabalhos em Lisboa, Madrid e Paris; a SAP, que nos contratou em Lisboa e Moscovo, ou a Stanley Security Solutions, para a qual estamos a trabalhar em praticamente todos os países onde a Tétris está presente. Temos inclusive fornecedores comuns para toda a Europa, o que nos permite ter uma economia de escala e, por isso, conseguir preços mais competitivos.

Está prevista a exportação de serviços para outras geografias?
Sim, a Tétris vai continuar a expandir. Ainda é cedo para mencionar países, mas sabemos que a expansão está prevista para a Europa Central e de Leste, bem como para outros continentes. Atualmente, estamos presentes em Portugal, na Espanha, em França, na Holanda, na Bélgica, no Magreb, no Reino Unido, Luxemburgo, Itália e Rússia, dispondo de uma equipa de 144 profissionais. Tendo em conta a conjuntura económica atual, a abertura de escritórios noutros países ou a compra de empresas que atuam na área de construção de interiores tem de ser bem analisada e ponderada, mas, com mais ou menos demora, o plano de expansão traçado pela Tétris irá concretizar-se na altura própria.

Quais as obras de relevo que a Tétris Design & Build já fez este ano?
Entre as obras de maior relevo já concluídas estão a criação do Centro Internacional de Serviços Tecnológicos da SAP (1000 m2), o novo escritório da Astellas Farma (900 m2) e a reformulação do escritório da Leaseplan, todos no Lagoas Park. Fizemos também os novos escritórios do Grupo Medinfar, com 1026 m2, no Duo Miraflores Premium, e da Coface, com 408 m2, no Edifício Europa. Trabalhamos ainda com uma cadeia de lojas, um cliente já recorrente da Tétris Design & Build, com o qual já colaborámos na abertura ou remodelação de sete lojas e um escritório, tendo sido mesmo responsáveis pela mudança de imagem dos seus espaços comerciais. Este ano, desenvolvemos três lojas para esse cliente. Em curso, temos também os novos escritórios da Stanley Security Solutions, na Quinta da Fonte, com 1050 m2 e da Maersk, com 700 m2, no Parque das Nações.

Qual o peso das Tétris Design & Build no cômputo global dos negócios da JLL em Portugal?
Nos últimos anos, a faturação da Tétris Design & Build tem vindo a ter um peso crescente na faturação global da companhia. É uma evolução natural, já que a administração da empresa estipulou que esta seria uma área estratégica para o crescimento da JLL em Portugal e para fazer face à queda previsível nas áreas de transação da consultora. Tem havido uma forte aposta na área que dirijo e creio que temos correspondido às expectativas. Acabámos o primeiro semestre com mais 50% de faturação que o previsto inicialmente e tudo indica que vamos manter este ritmo até ao final do ano.

Que antecipação faz do mercado para o segundo semestre?
Para a segunda metade do ano, prevemos algum abrandamento, já que o primeiro semestre foi verdadeiramente excecional e conseguimos superar todas as nossas expectativas mais positivas. No entanto, tendo em conta os projetos que temos em carteira, vamos continuar a crescer e a fazer muitas obras. Como já referido, prevemos fechar o ano 50% acima do previsto no orçamento de 2012.

SAP, um espaço inovador
Um dos mais recentes projetos da Tétris Design & Build Portugal foi o das novas instalações da SAP, que inaugurou recentemente um Centro Internacional de Serviços Tecnológicos. Localizado no edifício 14 do Lagoas Park, em Porto Salvo, o centro tem uma área de cerca de 1000 m2 e acolhe 106 colaboradores, 90% dos quais são recém-licenciados e têm neste o seu primeiro emprego. "Uma abordagem criativa, jovem e apelativa e, simultaneamente, flexível e eficiente, esteve na base do trabalho da Tétris Design & Build, que foi responsável pela prestação de um serviço chave na mão, incluindo desde o estudo de necessidades do cliente, orçamentação, realização do projeto de arquitetura e especialidades, e a execução da obra até ao último detalhe", refere a empresa. A criação deste conceito e os timings de execução rigorosos - de apenas oito semanas - foram desafios aceites e superados com sucesso pela Tétris Design & Build, que "considera a singularidade do espaço com um fator distintivo assinalável".

Fonte: OJE

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