Apesar de haver cada vez mais portugueses a optar pelo arrendamento perante a dificuldade de acesso ao crédito para a compra de casa, em algumas imobiliárias está-se a assistir a uma descida dos preços das rendas. Na Remax, por exemplo, a diminuição rondará os 8% e 9% face aos valores de 2011, enquanto que na Century 21 a descida chega aos 20%, em termos médios. Estas quedas são explicadas pela crise económica.
"Actualmente existe uma nova tipologia de procura no arrendamento: procura de tipologia por rendimento disponível e procura de tipologias por zona. Estes consumidores têm um rendimento disponível limitado para alocar à habitação e este facto tem forçado um ajuste no valor das rendas, sobretudo nos concelhos limítrofes de Lisboa", frisa Ricardo Sousa, administrador da Century 21. Uma opinião corroborada por Beatriz Rubio, CEO da Remax.
"Estamos a viver uma altura de crise, em que os proprietários têm noção do mercado e da oferta que existe em termos de arrendamento. Há mais abertura para negociar com os clientes a prestação do imóvel", refere a responsável.
Na Century 21, em 2011, o valor das rendas situava-se acima dos 500 euros, mas hoje em dia a imobiliária regista preços médios inferiores a 400 euros. Já Beatriz Rubio dá o exemplo de um T1 que em 2011 custava em média 468 euros e que agora passou a ter uma renda de 427 euros. É sobretudo em zonas com maior número de operações de arrendamento, como a margem sul de Lisboa, a Linha de Sintra, Loures, Odivelas e Alverca, onde se constata uma maior diminuição de preços. Por exemplo, através da Remax, arrendar um T1 em Setúbal custava em 2011 8,9% a mais do que o preço actual.
Contudo, a descida das rendas não é uma tendência do mercado como um todo. Segundo Luís Lima, presidente da APEMIP, "quando há mais procura do que oferta, não há condições para haver uma descida de rendas". Ainda assim, este responsável reconhece que possa haver alguma pressão dos preços nos imóveis da periferia. A opinião de Miguel Poisson, director-geral da ERA Portugal, coincide com a do presidente da APEMIP. "Nota-se uma descida, mas muito residual porque os proprietários ainda têm muito receio de colocar imóveis no mercado de arrendamento ao mesmo tempo que a dificuldade de acesso ao crédito está a empurrar mais pessoas para o arrendamento". O presidente da ERA diz que a descida nas rendas estará dependente da nova lei das rendas e da confiança que esta transmitir aos proprietários. Também a banca pode desempenhar um papel importante se colocar os imóveis que tem em carteira no mercado de arrendamento.
Fonte: Económico
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