28 outubro 2012

Lisboa: Na rota das cidades inteligentes


Terá sido com base na mesma convicção que a Câmara Municipal de Lisboa, presidida por António Costa, decidiu cortar com o passado e convocar "todos os cidadãos e todos os agentes económicos e sociais a participar nas decisões e nos projetos para a cidade". Uma postura diferente no panorama autárquico português, que deu origem ao aparecimento da figura do Orçamento Participativo e à incubadora de empresas Startup Lisboa.

Sinais de mudança que representam um virar de página em relação a um passado caracterizado pela pesada burocracia interna e pela ausência de comunicação entre autarcas e munícipes. "As urbes que falham na implementação dos seus projetos de cidade inteligente acabam por perder a corrida pela atração dos investidores", sentencia Ruthbea Clarke.

Lisboa, cidade adormecida para o mundo high tech, pode não ter grandes projetos emblemáticos para mostrar, nem foi tão longe como as cidades de Málaga (ver artigo) ou Rio de Janeiro na ambição de ser uma cidade inteligente. Também não tem os futuristas centros de supervisão que monitorizam os aspetos críticos da segurança ou da energia, nem sistemas de recolhas de casos de sensores que são processados por grandes computadores com algoritmos que permitem analisar o comportamento dos cidadãos.

Mas António Costa tem assegurado que estão a ser dados passos seguros no sentido de tornar Lisboa numa cidade mais 'inteligente'. Além da existência de um novo Plano Diretor Municipal (PDM) foi feita a reorganização dos serviços do Município. Como? "Abandonando a estrutura vertical em silos autónomos que dificultavam a coordenação interdepartamental para adotar uma estrutura matricial".

É que, dizem os especialistas, uma cidade só é verdadeiramente inteligente quando tem um modelo integrado de governação que seja capaz de processar rapidamente a informação de acordo com necessidades das pessoas e das empresas. No fundo, como um grande cérebro central. E a eficácia passa, nos dias de hoje, pela utilização das tecnologias de informação.

A vereadora Graça Fonseca tem para Lisboa uma visão pragmática do que é uma cidade inteligente e sustentável. "É uma cidade com um modelo de governação assente na complementaridade de competências de planeamento, regulação e proximidade entre município e freguesias", defende. Foi com este objetivo em mente que foi constituída uma Unidade de Intervenção Territorial constituída por cinco departamentos. "Queremos ter uma cidade compacta mas porosa, energeticamente eficiente e menos exposta aos riscos naturais", acrescenta a vereadora.

Fonte: Expresso

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