Ter uma casa de férias ou de habitação permanente na romântica vila de Sintra foi desde sempre o desejo partilhado pelos lisboetas mais abastados, seguindo o costume ancestral de reis e fidalgos da corte portuguesa.
Tal facto levou a que, na última década, em várias localidades do concelho tenha sido promovido um conjunto significativo de condomínios de moradias e apartamentos destinados ao segmento médio e alto da população. Este nicho de mercado, constituído especialmente por vivendas, continua a ter uma grande procura - na opinião dos profissionais que atuam nesta zona - especialmente quando se sabe que, atualmente, também neste segmento, os promotores estão mais sensíveis em baixar um pouco mais os preços.
Assim, a proximidade de Lisboa e da Linha do Estoril permite que esta seja também uma zona muito procurada por estrangeiros para comprar uma habitação, em local aprazível, por valores que ultrapassam, facilmente, um milhão de euros.
Nos últimos anos a aquisição de casa nestas localidades foi liderada pelos brasileiros e angolanos mas, também, pelas famílias de outros países da América do Sul e dos países do Norte da Europa, atraídos pela história e beleza da região.
Desta forma se conclui que a procura de habitação de gama media e alta continue a fazer-se sentir neste concelho, sendo visível o facto de vários promotores continuarem a investir na aquisição de terrenos e tenham em fase de lançamento novos projetos residenciais, ou mesmo novas fases de empreendimentos já consolidados.
Maior oferta nas casas de valor médio
No caso das casas de gama média e baixa é visível o facto de haver um volume de oferta bastante significativo, sendo que a maioria dos imóveis disponíveis no concelho de Sintra se destinam ao mercado de venda final.
A procura de casa para o arrendamento cresceu nos últimos meses e, na opinião dos profissionais, pode vir a tornar-se um mercado com maior expressão, tendo em conta o interesse de alguns investidores em comprar casas de baixo valor para colocar neste mercado.
De acordo com o portal Casas de Sintra, uma plataforma on line de inserção gratuita, a oferta de casas para venda concentra-se especialmente nos arredores da linha de comboio e é constituída por apartamentos usados, mas de construção recente.
A pressão da oferta leva a que os preços da habitação de gama média e baixa no concelho estejam em queda nos últimos anos. Esta opinião é partilhada pelos mediadores que, contudo, alertam que continua a vender-se casas tanto a investidores, para colocar no arrendamento, como a particulares. No entanto as transações têm agora um ritmo mais lento e um maior período de concretização das operações.
A crise económica atual colocou um travão no ritmo de vendas a que o sector se habitou na última década e que levou a que a construção destinada a habitação média tivesse abrandado nos últimos anos.
De acordo com o Confidencial Imobiliário a oferta total de fogos no concelho de Sintra é de 14,272 frações, sendo que 81% são fogos usados. As habitações novas representam apenas 19%.
Na estrutura de oferta por tipologia verifi ca-se um grande peso dos apartamentos T2 (45%), seguidos dos T3 (23%) e dos T1 (12%).
Na dinâmica de absorção verifica-se que em 2011 foram transacionadas 2.312 frações, colocando Sintra no terceiro lugar do ranking nacional. O tempo de escoamento médio das frações é de nove meses.
Ainda de acordo com o Confidencial Imobiliário os apartamentos usados apresentam uma esmagadora procura, 85%, e a taxa de desconto na venda dos imóveis ronda os 15%.
No caso do arrendamento residencial verifica-se que o concelho de Sintra apresenta uma oferta de 755 frações, ocupando apenas a oitava posição do ranking nacional. Na freguesia de Rio de Mouro, a oferta de frações para arrendamento atinge uma centena, sendo que o valor médio de renda pedido ronda os seis euros o m2, inferior aos sete euros da média nacional.
O concelho de Sintra mantém-se como o segundo mais populoso a nível nacional. Sucedem-se, por ordem decrescente Vila Nova de Gaia, Porto, Loures e Cascais. Contudo o INE alerta para o facto de Sintra - no período 2001/2011 - acusar uma variação relativa de 3,71%. Tal facto revela uma taxa de crescimento entre as mais moderadas no âmbito da Área Metropolitana de Lisboa (5,78%), e, sobretudo, um crescimento aquém das reais potencialidades da própria dinâmica demográfica deste concelho.
Fonte: Público
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