27 novembro 2012
Carlos Horta e Costa afirma desconhecer compradores de edifícios dos CTT
O ex-presidente dos CTT Carlos Horta e Costa que começou ontem a ser ouvido pelo tribunal de Coimbra, sob a acusação de vários crimes relacionados com a venda de dois edifícios, disse desconhecer as empresas e pessoas compradoras.
O antigo gestor dos CTT está pronunciado por seis crimes de participação económica em negócio e um crime de administração danosa, num processo que, envolvendo dez outros arguidos, está relacionado com a transacção de um imóvel em Coimbra, Avenida Fernão da Magalhães, e outro em Lisboa, na Avenida da República, tendo lesado a empresa segundo o Ministério Público em mais de 13 milhões de euros.
Interrogado pelo juiz Manuel Figueiredo, que preside ao colectivo, Carlos Horta e Costa afirmou não conhecer as empresas nem as pessoas envolvidas na compra dos dois edifícios.
"Não conheço as pessoas em causa, a que propósito iria beneficiar quem não conheço de lado nenhum e prejudicar uma empresa que conheço bem", os CTT, e pela qual "lutei toda a vida", questionou Horta e Costa.
Sobre os restantes arguidos envolvidos no processo, o antigo gestor dos CTT também assegurou não os conhecer, além dos dois outros administradores desta empresa envolvidos no caso (Manuel Batista e Gonçalo Rocha).
Sobre os co-arguidos Luís Vilar, vereador da Câmara de Coimbra, na data da venda do prédio dos CTT em Coimbra, e o empresário Carlos Godinho, disse que os tinha visto ""hoje pela primeira vez", no tribunal de Coimbra, indicando que o empresário Pedro Garcês, nunca o viu.
Tanto no "processo negocial" do imóvel de Coimbra, como no de Lisboa, Horta e Gosta garantiu não ter tido "nenhuma intervenção", referindo que se tratou de uma matéria que estava sob a responsabilidade do administrador dos CTT com o pelouro do imobiliário, Manuel Batista.
No caso de Coimbra, o prédio foi vendido, em Março de 2003, por 14,8 milhões de euros à empresa Demagre e revendido, no mesmo dia, à ESAF-Espírito Santo Fundos de Investimento, SA, por 20 milhões de euros, lesando os CTT, de acordo com o despacho de pronúncia, em cerca de cinco milhões de euros.
Quanto ao prédio de Lisboa, os CTT decidiram vendê-lo, por 12,5 milhões de euros, à Demagre, que emitiu um cheque pré-datado (Janeiro de 2004), para o seu pagamento, mas o cheque foi devolvido pelo banco, por falta de provisão.
Os CTT não denunciaram o ilícito e acordaram oferecer à Demagre a possibilidade desta empresa vender o edifício. Caso a venda do edifício fosse efectuada por um preço superior aquele montante, a mais-valia daí obtida, seria repartida em partes iguais pelos CTT e Demagre.
Aquele edifício, em Lisboa, acabaria por ser vendido, mais tarde, mas sem a intermediação da Demagre.
O julgamento prosseguiu ontem à tarde, continuando o tribunal a ouvir Horta e Costa.
Fonte: Negócios
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