A atividade da gestão de imóveis deve ter em vista a maximização da utilidade e rentabilidade, em cumprimento dos objetivos previamente contratados com o investidor e/ou utilizador, numa perspetiva de criação de valor a qualquer momento e pelo mais longo período de tempo possível.
No entanto, fruto da atual crise económica, a criação de valor nos imóveis está comprometida, quer pela pressão dos proprietários para reduzir os custos das despesas comuns, quer pela incapacidade de resposta dos diversos prestadores de serviços inerentes à operação de um edifício.
O orçamento de despesas comuns de um edifício contempla diversos custos, sendo que um dos mais significativos é o relacionado com a manutenção dos diversos sistemas e equipamentos. Atualmente, é exigida, ao gestor de imóveis, a redução dos orçamentos de despesas comuns dos edifícios e, na maioria dos casos, o cumprimento de tal exigência consegue-se através da diminuição de horas ou de técnicos afetos à manutenção. É uma decisão que tem os efeitos pretendidos (redução de custos) a curto prazo, mas que afetará a performance e a qualidade dos edifícios a médio prazo.
Não obstante este facto, a capacidade de resposta dos prestadores de serviço está mais limitada, quer pelo ajustamento da organização à situação económica do País, que tem implicado a redução de recursos, quer pela falta de liquidez que lhes permita ter stock de peças para uma resposta mais expedita na reparação de equipamentos.
Perante estes constrangimentos, é necessário que o gestor de imóveis tenha uma abordagem dinâmica e uma análise contínua dos ativos, tendo em consideração a depreciação física, funcional e económica, e identificando boas oportunidades de melhorar a qualidade e performance dos imóveis. Contudo, a intervenção do gestor de imóveis, por si só, não será suficiente na valorização dos ativos. A criação de valor só será possível se houver um compromisso de todos os intervenientes, investidores//proprietários, gestores e prestadores de serviços, no desenvolvimento de um processo contínuo e sustentável, que criará dividendos de forma duradoura.
Por José Bastos, Property manager na Jones Lang LaSalle
Fonte: OJE
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