21 novembro 2012

Absorção acumulada de escritórios em Lisboa escala 41% até setembro


Nos primeiros nove meses de 2012, a área contratada de escritórios na capital portuguesa subiu 41% face a igual período do ano passado, avança a Aguirre Newman. Só em setembro, a colocação no segmento cresceu 125% em relação a igual mês de 2011.

Entre janeiro e setembro deste ano, a área de escritórios contratada em Lisboa - de 63.082 m2, foi superior em 41% à verificada no mesmo período do ano transato (44.891 m2), revela a mais recente análise da Aguirre Newman. A consultora imobiliária acrescenta que a atividade de colocação no segmento em setembro último foi de 15.979 m2, o que representa um aumento de 125% em relação à registada em igual mês de 2011 (de 7097 m2).


O total das operações foi de 145, o que corresponde a menos seis transações de arrendamento que no primeiro semestre do exercício passado, nota a Aguirre Newman. A empresa acrescenta que o maior número de operações se verificou no Corredor Oeste (Zona 6 - Eixo A5 até Porto Salvo e Alfragide), com 55 registos. No extremo oposto, encontra-se a Zona Secundária (Zona 4 - Eixo da Av. Infante Santo e Av. 24 de Julho) com apenas dois registos. Numa análise geográfica do número de transações realizadas nos primeiros seis meses de 2012, por comparação com igual período do ano anterior, apenas a Zona Emergente (Zona 3 - Eixo do Campo Grande à 2.ª Circular, zona de Benfica, Praça de Espanha e Sete Rios) e a Zona 7 (todos os escritórios situados fora das restantes zonas) apresentaram crescimento face ao ano anterior.

Em relação à distribuição geográfica dos metros quadrados colocados, a Zona 1 (Prime CBD - Eixo da Av. da Liberdade à Praça Duque de Saldanha), bem como as Zonas 3, 4, 5 (Parque das Nações) e sete registaram uma área contratada acima da registada de janeiro a setembro de 2011.

Superfície contratada aumenta
A superfície média contratada por transação em Lisboa nos primeiros seis meses de 2012 cresceu cerca de 46%, para 435 m2, face aos 297 m2 do ano passado.

De acordo com os analistas da Aguirre Newman, esta variação decorre de um menor número de transações e, concomitantemente, de uma superfície contratada superior. Como resultado, verificou-se um número superior de contratações, com superfície média contratada entre 300 e 800 m2 e superior a 1.500 m2.

À exceção da Zona 2 (CBD) e do Corredor Oeste (Zona 6), as restantes zonas registaram, de janeiro a setembro de 2012, uma superfície média contratada por transação, superior à de igual período do exercício transato.

Avaliando a absorção por intervalo de área contratada de janeiro a setembro do ano em curso por zona, à exceção da Zona Emergente (Zona 3) e da Zona Secundária (Zona 4), a maioria das transações registou uma superfície inferior a 300 m2.

Do total da área contratada no primeiro semestre de 2012, 25% são em edifícios novos e 75% em usados, denotando uma preferência por superfícies usadas.

Relativamente à absorção por intervalo de área contratada, apenas 14 transações (cerca de 10%) representaram uma superfície superior a 800 m2, e 87 das transações (60%) registaram uma superfície inferior a 300 m2.

Em setembro último, os setores "Estado, Europa e associações" e "serviços financeiros" destacaram-se, tendo sido responsáveis, respetivamente, por cerca de 48% e 21% da área contratada (7.676 m2 e 3.289 m2 num total de 15.979 m2).

Rendas mais baixas da última década
A Aguirre Newman considera que, "se tivermos em linha de conta o comportamento do mercado de escritórios nos últimos nove anos, 2003 e 2011 registaram um terceiro trimestre com o nível de desempenho acumulado mais baixo da série" (de 74 278 m2 e de 44 891 m2). Já o ano em curso registou um nível de desempenho acumulado no período inferior ao de 2003 e superior ao de 2011, indica a consultora. Comparando a absorção anual com a acumulada entre julho e setembro, "encontramos, em 2008, o seu valor mais alto (90%) e, em 2011, o mais baixo (51%), traduzindo o melhor e o pior desempenho relativo do acumulado no terceiro trimestre nesse ano".

A empresa nota que, apesar de nos meses de janeiro, fevereiro e junho de 2012 a área de escritórios contratada ter sofrido um decréscimo face a 2011, "a absorção acumulada no terceiro trimestre do ano em curso aponta para um maior dinamismo do mercado de escritórios em 2012".

Eduardo Fonseca, diretor do departamento de escritórios da Aguirre Newman Portugal, conclui que, "tal como temos vindo a antecipar, apesar da recessão económica vivida, acreditamos na retoma do mercado, tendo assistido em setembro à maior área contratada/mês do período 2011/2012 (cerca de 16 mil m2)". Esta "realidade em muito se deve à revisão em baixa dos valores de renda praticados, os mais baixos da última década".

Fonte: OJE

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