21 novembro 2012

O ano da viragem


Antes de escrever este artigo, fiz uma reflexão sobre o mercado imobiliário nos últimos anos e apercebi-me de que este ciclo, que estava numa espiral negativa e invadido de vícios prejudiciais, está finalmente a ser objeto de uma reestruturação obrigatória. 

A crise está a afastar os elementos prejudicais do setor e a permitir que os promotores repensem todos os seus projetos e avancem apenas com aqueles que fazem sentido e que possam responder à procura atual e futura.


O mercado de escritórios não foi exceção e é imperativo analisar corretamente a situação geográfica dos ativos e garantir que estes tenham uma maior durabilidade e uma qualidade constante. Atualmente, é fundamental que um escritório seja versátil e apresente uma boa eficiência de espaço, bem como energética, sem que isso tenha implicações significativas no valor final, principalmente no valor de arrendamento ou venda. A eficiência energética e as questões de sustentabilidade são determinantes na escolha dos escritórios por parte das empresas que pretendem reduzir drasticamente os seus custos mensais, pelo que os ativos têm de ser "económicos", com excelentes acabamentos e que transmitam "qualidade de trabalho".

Esta fase do mercado é benéfica para o "cliente" que procura instalações ou o inquilino que procura uma renegociação. As empresas devem pensar na sua estratégia antes que seja realmente necessário que o façam. Posso garantir que o mercado se apresenta muito atrativo para os inquilinos e com poupanças garantidas.

Temos de continuar a evoluir no tempo e a ter uma oferta competitiva ao nível de bons edifícios de escritórios internacionais. Acompanhando a tendência do ano de 2011, existem centros de serviços internacionais que estão a olhar para Portugal. A qualidade de vida, o clima, a segurança e a mão de obra qualificada são, por si só, já muito apelativas para empresas que estejam a pensar instalar-se no País.

Outro aspeto muito importante é a relação de Portugal com países da América do Sul e de África, que pode ser sinónimo de uma ponte e de uma relação estreita com alguns desses países.

Julgo que o ano de 2013 vai ser decisivo para a recuperação do mercado imobiliário e acredito que, com esta acentuada reestruturação, o ciclo não será comprometido durante um longo período.

Por Pedro Salema Garção, Head of agency na Worx Real Estate Consultants

Fonte: OJE

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