06 janeiro 2013
CBRE: Empresas de tecnologia e comunicações impulsionam arrendamento na Europa
Empresas de tecnologia e telecomunicações registam níveis de absorção de áreas de escritórios superiores ao setor bancário e financeiro.
Segundo o mais recente estudo da CBRE, a absorção de áreas de escritórios por empresas de tecnologia e telecomunicações (T&T) excedeu pela primeira vez a absorção por empresas do setor bancário e financeiro na Europa.
Os dados relativos ao primeiro semestre de 2012 mostram que a absorção por parte das empresas do setor de T&T totalizou 520.000 metros quadrados nas principais cidades europeias , enquanto que as empresas do setor bancário e financeiro foram responsáveis por 420.000 metros quadrados.
O estudo da CBRE mostra que o setor de T&T está neste momento a impulsionar a atividade de arrendamento na Europa. Dublin e agora Londres são os polos tecnológicos da Europa Ocidental, com Berlim, Munique e Hamburgo a registar uma subida dos níveis de absorção por parte das empresas de T&T. Na Europa de Leste, surge um conjunto de mercados enquanto destinos populares para empresas do setor, incluindo Varsóvia e Moscovo, onde se evidenciou um pico na atividade de arrendamento por empresas de T&T durante os últimos 18 meses.
No primeiro semestre de 2012, as empresas de T&T foram responsáveis por um quarto da absorção total em Dublin, representando a mais alta percentagem de todos os mercados europeus. Várias empresas de tecnologia ocuparam áreas de escritórios neste mercado este ano, incluindo a BskyB, Dell e LinkedIn, que seguem o investimento realizado pela Google na cidade em 2011.
Esta atividade continua uma tendência que tem sido evidente desde 2008, altura em que 17% da atividade de arrendamento em Dublin se devia a empresas no setor de T&T. O estabelecimento de Dublin como polo tecnológico atribui-se em grande parte à relativamente baixa taxa do imposto sobre o rendimento das empresas na Irlanda (12,5%) e à disponibilidade de mão-de-obra jovem, qualificada e de língua inglesa.
Na Europa, a tendência generalizada de substituição das empresas do setor bancário e financeiro por empresas tecnológicas como fator chave da atividade de arrendamento de escritórios é mais evidente em Londres. Durante o primeiro semestre de 2012, as empresas de T&T representaram 22% da absorção em todos os submercados de Londres, por comparação a 10% em 2011 e a uma média de 5% entre 2007 e 2010.
Tradicionalmente, o West End tem acolhido as empresas deste setor, mas a conjugação de rendas elevadas e escassez de espaços adequados obrigou o setor de T&T a procurar localizações alternativas, como Silicon Roundabout e Tech City, a zona aprovada pelo Governo para empresas de tecnologia, media e telecomunicações, com espaços flexíveis e de elevada qualidade.
Berlim, Munique e Hamburgo estão também a surgir como destinos populares, com Berlim a atrair a Amazon, Groupon e Rocket Internet nos últimos 18 meses. Munique registou uma subida nos níveis de absorção, com os ocupantes do setor de T&T a representar 23% da atividade no primeiro semestre.
Em Hamburgo o peso do setor de T&T nos níveis de absorção é de 18%, praticamente o dobro face a 2011. O surgimento de três recentes polos tecnológicos na Alemanha pode-se explicar em parte pela sólida economia do país e pelas condições favoráveis às PMEs. Além disso, cidades como Berlim albergam vários institutos de investigação, o que significa a disponibilidade de muita mão-de-obra qualificada e um ambiente cultural jovem e criativo, que são fatores favoráveis aos ocupantes do setor de T&T.
A tendência não se restringe à Europa Ocidental, com várias cidades da Europa de Leste a registar subidas na absorção de áreas de escritórios por empresas de T&T. Duas das maiores transações realizadas na Europa em 2011 envolveram ocupantes de T&T em Moscovo, com a Mail.RU e a Kapersky Lab a ocuparem 29.900 e 29.800 metros quadrados, respetivamente. Estes negócios contribuíram para que as empresas de T&T fossem responsáveis por 13% da atividade em 2011.
Varsóvia está em rápida expansão na Europa de Leste, com as empresas de T&T a registar, desde 2010, mais de 15% da atividade de arrendamento na cidade. A força de trabalho qualificado do setor das TI tornou-se um argumento de vendas essencial para os mercados da Europa Central e de Leste que viram empresas sediar operações em locais onde não tinham presença há 5-10 anos.
Simon Ford, Senior Director do departamento de Global Corporate Services da CBRE, afirma: “As empresas tecnológicas têm feito muito pela subida dos níveis de absorção em Londres, numa altura em que vimos várias organizações do setor bancário e financeiro reduzirem os seus portfolios imobiliários, em grande parte devido às circunstâncias particularmente difíceis que enfrentam. É notório que esta tendência não se restringe a Londres, e está agora patente em vários mercados europeus.”
“O próprio setor tecnológico tem evoluído e expandido rapidamente nos últimos anos. As empresas tecnológicas da nova geração, de forma geral, estão em rápido crescimento e têm estruturas pequenas e, como tal, estão a aumentar os seus portfólios imobiliários para garantir o acesso a talentos e colaborar com outras empresas da mesma área. Por outro lado, as empresas tecnológicas mais maduras estão mais concentradas na otimização dos portfólios e, por isso, estão de maneira geral menos ativas em termos de ocupação de espaço. Muitos analistas preveem uma consolidação significativa neste mercado durante os próximos 12 meses, com várias fusões e aquisições.” conclui Simon Ford.
Fonte: CBRE
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