21 janeiro 2013

Escritórios. Solução passa pela renegociação de rendas e investimento estrangeiro


Preços podem descer em 2013, permitindo que as empresas mudem para melhores instalações.

Apesar de o ano passado ter sido considerado pelas consultoras o pior das últimas décadas para o mercado imobiliário, o dos escritórios teve uma performance ligeiramente superior em relação a 2011.


Os números de 2012 ainda não estão consolidados, mas estima-se que a absorção bruta do mercado de escritórios de Lisboa se venha a situar nos 93 mil metros quadrados, registando um crescimento de 6%, face a 2011 (87 649 metros quadrados). Contudo estes valores “mantêm-se muito abaixo dos volumes de ‘take up’ verificados até 2008”, esclarece ao i a directora de Office Agency da Jones Lang LaSalle, Mariana Seabra. Só que “apesar do ligeiro acréscimo de área ocupada é preciso ter em conta que 79% dessa área diz respeito a mudança de instalações que, na maioria das vezes, decorre da redução de espaço pelas empresas”, ressalva a responsável, sublinhando ainda que as rendas continuam sob pressão e os proprietários são obrigados a conceder cada vez mais incentivos para atrair ou reter inquilinos.

Uma opinião partilhada pelo director de escritórios da Cushman & Wakefield (C&W), Carlos Oliveira, que acrescenta ao i que “resta aos proprietários adaptarem-se o melhor possível às actuais situações do mercado, através de flexibilidade negocial e aposta na oferta de qualidade”.

Por sua vez, o director dos departamentos da agência de escritórios da CBRE, André Almada, chama a atenção para a importância do investimento estrangeiro, com empresas internacionais a instalarem-se no país. Solução partilhada pelo director de escritórios e retalho da Aguirre Newman, Eduardo Fonseca, que acredita que esta possa ser uma das principais soluções para a quantidade de metros quadrados devolutos no mercado. Salienta, contudo, que “em 2012 houve movimentações de expansão muito interessantes de empresas nacionais, mas insuficientes para que possamos dizer ‘o capital nacional continua a ser o motor deste mercado’”. A entrada de novas empresas no país é crucial para dinamizar a ocupação de escritórios, uma vez que “a maioria do espaço colocado é de empresas já existentes, o que significa que ao ocuparem uma área nova, regra geral, estão a libertar outra, mantendo assim uma área significativa disponível no nosso mercado ”, explica.

Tendo em conta o número de empresas que fecharam em 2012, as perspectivas para este ano não são animadoras. As falências reflectem-se directamente na taxa de disponibilidade, porque se as empresas fecham, ficam mais espaços no mercado para arrendar. “Por outro lado, o facto de uma grande fatia da taxa de desemprego atingir principalmente indivíduos dos 30 aos 50 anos, o que levou a uma maior procura de áreas pequenas (20 a 100 metros quadrados), sobretudo para start up’s, criando também novas oportunidades para alguns proprietários”, diz Mariana Seabra.

A profissional afirma ainda que haverá um aumento considerável de área disponível na zona 1 (cerca de 23 mil metros quadrados) e uma quebra nos valores de arrendamento. Esta situação irá permitir que algumas empresas actualmente localizadas em zonas menos centrais optem por outras com excelentes acessibilidades e uma boa rede de transportes públicos a valores mais competitivos.

Fonte: iOnline


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