Entre janeiro e dezembro do ano passado, os distritos onde foram entregues mais imóveis em dação em pagamento foram os do Porto, de Lisboa e de Faro, representando em conjunto 39 por cento do total.
De acordo com estimativas da APEMIP, no ano passado foram entregues em pagamento cerca de 5500 imóveis a nível nacional, tanto por famílias, como por promotores imobiliários, registando um decréscimo de 21 por cento face ao ano transato.
Apesar o decréscimo, mantém-se o arrefecimento do mercado imobiliário, que continua a afetar de forma significativa todos os que investiram na promoção imobiliária e no desenvolvimento de novos projetos, pelo que parte significativa dos imóveis entregues em dação em pagamento são oriundos destes atores. Mais detalhadamente, considerando os 10 concelhos mais penalizados em 2012, como Sintra, Guimarães, ou Entroncamento, esta realidade representou aproximadamente metade e nalguns mais de metade da totalidade dos imóveis em causa. O presidente da Associação, Luís Lima, em declarações à Lusa, lembrou que, no primeiro trimestre de 2012 tinha havido um aumento, em relação ao ano anterior de 74 por cento, mas «a partir de abril o setor bancário passou a olhar para esse fenómeno de maneira completamente diferente», passando a fazer que a Associação defende há quatro anos: «que os clientes devem ter condições excecionais para uma crise excecional».
Para esta mudança de atitude do setor bancário, Luís Lima aponta como hipóteses a divulgação dos dados referentes ao primeiro trimestre de 2012 e uma sentença do tribunal de Portalegre. Numa decisão considerada inédita em Portugal, o tribunal de Portalegre decidiu em abril que, ao entregar a casa ao banco, um casal ficou com a dívida totalmente liquidada. «A primeira opção deixou de ser a dação e passou a ser a negociação, isso foi extremamente positivo», considerou Luís Lima
Fonte: Diário do Minho
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