17 janeiro 2013

JLL: «É o momento certo para comprar ativos prime em Lisboa»


Atualmente «é o momento certo para comprar ativos prime em Lisboa», afirmou o diretor-geral da Jones Lang LaSalle, em Portugal, Pedro Lancastre. É que, explica, «não há expetativa que os preços nesta gama de produtos venham a sofrer mais ajustes significativos em baixa, fazendo com que se encontrem nos níveis mais baixos dos últimos anos, tornando-os muito apelativos face a outros mercados europeus concorrentes».

Ainda assim, isso não significa que 2013 venha a ser um ano de grande reviravolta no mercado de investimento imobiliário face à tónica que tem vindo a registar-se nos dois últimos anos, até porque, admite, «neste campo a localização é “tudo”. 


E, Portugal continua a não ser encarado pela maioria dos investidores, sobretudo os institucionais, como sendo a localização certa para se investir nesta altura, devido ao risco da própria economia, fazendo que acabem por preferir outros destinos europeus concorrentes, encarados como mais seguros». Tanto que, «acredito que é essa a principal razão do fraco dinamismo em termos de investimento institucional nos últimos dois anos, porque se formos avaliar as oportunidades disponíveis em termos da qualidade do produto e de preço, vale muito a pena». 

Reflexo da conjuntura económica que se vive por todo o país, ao nível do investimento 2012 foi um ano recorde, mas pela negativa, tendo sido transacionado um dos níveis mais baixos desde que há registo: apenas 125 milhões de euros. E, os negócios concretizados foram protagonizados «sobretudo por investidores privados e familly-offices, especialmente de origem espanhola», contra um nível de atividade menos dinâmico também pela parte dos fundos imobiliários domésticos. 

Também no que toca à natureza dos investidores, a tendência deverá prolongar-se em 2013, para o qual, aliás, o departamento de Capital Markets da Jones Lang LaSalle não antevê melhorias significativas face ao ano anterior. Até porque «os timings para o regresso dos investidores institucionais terá a ver com a recuperação da credibilidade do nosso país e com o incremento do financiamento interno», e não com «os ajustamentos dos preços e das yields, que já foram feitos e estão o tornar o mercado de investimento mais atrativo com oportunidades excelentes em todos os setores, desde o comércio, aos escritórios, passando pela logística, turismo e habitação». 

Ainda assim, algumas novidades recentes no que toca à fiscalidade e a nova lei das rendas poderão ter algum impacto positivo já este ano, nomeadamente o chamado Visa Gold, que garante a autorização de residência aos estrangeiros que comprarem imóveis no valor igual ou superior a 500.000 euros. É que, revela o responsável, «temos tido alguns contactos com investidores da Ásia e do Médio Oriente que já olham com especial atenção para as oportunidades de compra de imóveis em Portugal, parte dos quais veem nesse Visa Gold um fator acrescido de atração para o nosso país». 

Novos passos na internacionalização da atividade em 2013 

Tendo em conta as limitações inerentes à própria atividade do mercado imobiliário português, no que toca à atividade da Jones Lang LaSalle para 2013, existem, segundo o responsável, três grandes objetivos estratégicos: «consolidar o negócio nas áreas tradicionais, reforçar a aposta nas áreas de Arquitetura e Consultoria Estratégica e, temos planos para dar alguns passos na internacionalização». 

Em termos internacionais, o foco estará nos dois maiores mercados africanos de língua portuguesa, como explicou Pedro Lancastre. «Depois de trabalhos desenvolvidos em Angola, estamos a fazer uma aposta forte no mercado imobiliário de Moçambique, embora estejamos ainda a estudar os moldes e os timings mais concretos para o fazermos». Consultoria Estratégica, Arquitetura e Avaliações deverão ser as principais áreas a exportar para este mercado, onde a Jones Lang LaSalle estará presente através de uma parceria com uma empresa local, não estando prevista a abertura de um escritório próprio. 

Não obstante o agravamento das condições do mercado imobiliário, em 2012 o volume de negócios da Jones Lang LaSalle manteve-se estável face ao ano anterior, «uma vez que a nossa aposta está perfeitamente adaptada a este momento que atravessamos, com uma aposta crescente nas áreas menos dependentes de transações», realçou Pedro Lancastre. E, rematou: «é assim que vamos continuar nos próximos tempos, pelo menos enquanto os investidores institucionais estiverem de costas voltadas para Portugal e enquanto a economia não começar a crescer». 

Atividade da Jones Lang LaSalle em 2012: factos & números 

· Áreas de Escritórios (Agência e Corporate), Arquitetura (através da Tétris Design & Build) e Avaliações foram as que evidenciaram melhor performance, com «crescimentos de faturação importantes»; 

· Office Agency & Corporate Solutions: crescimento de 25% no volume de negócios, tendo estado envolvido em operações que totalizaram os 31.649 m². Deste valor, 16.330 m²correspondem a operações de arrendamento (cerca de 18% do total transacionado pelo mercado) e 15.319 m² à renegociação de contratos. No final do ano o departamento de escritórios tinha 38 mandatos de comercialização, representando 112.758 m²; 

· Retail Leasing: tem neste momento em comercialização o shopping Alegro Setúbal, com inauguração prevista para o próximo ano, e um portfólio de 200 lojas de rua e ma carteira de 29 centros comerciais em recomercialização. No ano passado, o departamento esteve especialmente ativo no comércio de rua; 

· Tétris Design & Build: duplicou a sua faturação em 2012, com 42 obras concluídas num total de 15.000 m². Inicia o novo ano com quatro obras em execução e perspetivas para assumir seis outros projetos, esperando poder reforçar a equipa e captar novos clientes internacionais; 

· Avaliações: registou um crescimento de dois dígitos em relação a 2011, perspetivando-se que continue a crescer este ano, ampliando a sua carteira de clientes. No ano passado realizou avaliações em imóveis que totalizam mais de 10.000.000 m² e um valor agregado de 5.000 milhões de euros; 

· Gestão de Imóveis: fechou o ano com uma carteira de 234.000 m² sob gestão, distribuídos por 10 equipamentos comerciais e cinco de escritórios. Na reta final do ano conquistou dois novos mandatos na área do retalho – passando a ser responsável pela gestão integral do portfólio de retail parks da British Land no nosso país - e um em escritórios já na reta final do ano. 

Fonte: VI

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