25 janeiro 2013

Mediadores preocupados com contínua desvalorização do mercado imobiliário


O presidente da associação de mediadores disse hoje que o valor dos imóveis em Portugal voltou a cair nos últimos seis meses e alertou para o perigo de se entrar numa bolha imobiliária devido ao descrédito do mercado.

“Não tem lógica que em Lisboa, onde ainda não houve bolha imobiliária, os preços continuem a desvalorizar e, em Madrid – onde a especulação imobiliária foi grande - já estejam em recuperação”, afirmou à Lusa Luís Lima.


De acordo com um estudo da Associação dos Profissionais e Empresas de mediação Imobiliária (APEMIP), que cita o portal imobiliário internacional Property Guide, em menos de um ano, Portugal caiu nove lugares numa tabela de 38 países europeus, no que respeita ao preço de habitação por metro quadrado, estando apenas acima de países como a Macedónia, Bulgária e Moldávia.

Este estudo, divulgado hoje, tem como base imóveis com cerca de 120 m2, localizados nos centros mais importantes de cada país, e revela que, entre junho de 2012 e janeiro de 2013, Portugal caiu da 26.ª para a 35.ª posição no ‘ranking’.

O documento refere ainda que, há cerca de um ano, o preço médio das habitações em Portugal rondava os 2.330€/m2, sendo que hoje o valor se situa nos 1.741€/m2.

Para o presidente da APEMIP, esta desvalorização do património imobiliário “surpreende pela negativa”, até porque, há cerca de um ano, a associação já tinha demonstrado que os preços praticados em Portugal eram dos mais baixos da Europa.

Ainda assim, refere, “neste curto espaço de tempo conseguiram baixar ainda mais, de uma forma impressionante”.

O problema, alegou Luís Lima, é o aumento de especuladores, “como fundos de grande dimensão”, que “fazem ofertas com descontos de 60 ou 70%”, porque muitos portugueses têm necessidade de fazer algum dinheiro e vendem as suas casas por preços inferiores ao que elas valem.

Uma situação que preocupa Luís Lima porque, “no futuro, o produto [os imóveis] vai entrar num descrédito”.

Os compradores, explicou, “vão estar sempre à espera que [os preços continuem] a baixar”, sendo isto mais preocupante ainda porque três em cada quatro portugueses (74%) são detentores de casa própria.

Fonte: Lusa

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