09 fevereiro 2013

CGD reestruturou quase 25 mil contratos de crédito à habitação em 2012


CGD reestruturou quase 25 mil contratos de crédito à habitação em 2012
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) reestruturou, o ano passado, quase 25 mil contratos de crédito à habitação, de acordo com dados divulgados pelo banco público, que hoje apresentou prejuízos de 395 milhões de euros em 2012.

"Cerca de 24.500 contratos de crédito à habitação foram reestruturados em 2012", disse hoje o administrador financeiro do banco público, Nuno Palma, que também referiu que a CGD é o banco que tem maior quota de mercado nestes empréstimos, de cerca de 25%.

A situação económica do país tem-se refletido no negócio da CGD e é visível nas imparidades que o banco tem de reservar para fazer face a perdas potenciais.

Em 2012, apesar da diminuição das imparidades totais (devido à queda das provisões e imparidades para outros ativos, sobretudo ativos financeiros), as imparidades de crédito aumentaram 22% face a 2011 para 1.008,6 milhões de euros.

A CGD apresentou hoje um prejuízo de 394,7 milhões de euros referentes ao ano passado, o que compara com os prejuízos históricos de 488,4 milhões de euros de 2011.

Na apresentação de resultados, mereceu destaque a atividade da CGD em Espanha, cuja subsidiária deu prejuízos de 25,4 milhões de euros. Questionado sobre esta operação, José de Matos reconheceu que esta "tem dificuldades" e adiantou que, por isso mesmo, o grupo está a "fazer um plano de reestruturação para Espanha".

No entanto, não avançou qualquer informação sobre uma eventual venda, sublinhando que o cenário central neste momento é a reestruturação da operação de Espanha e que é nisso que o banco está a trabalhar.

"Já houve a redução da rede, saída de empregados e temos outras medidas para melhorar a eficiência operacional em Espanha", afirmou José de Matos.

Também as operações internacionais, quanto a notícias recentes que deram contas de irregularidades no Banco Caixa Central, no Brasil, o presidente executivo do banco público anunciou que a "CGD de Lisboa vai enviar auditores ao Brasil para esclarecer" as dúvidas que possam existir.

Ainda quanto às contas de 2012, a CGD fechou ao final do ano passado com rácio ‘core tier 1' (medida que avalia a solvabilidade de um banco) de 11,6% de acordo com o Banco de Portugal e de 9,5% segundo os critérios da Autoridade Bancária Europeia, enquanto o rácio de transformação de depósitos em crédito diminuiu para 114%.

Um recuo foi registado também no financiamento junto do Banco Central Europeu (BCE), que se fixou em 6.950 milhões a 31 de dezembro.

Indicadores que levaram o presidente do banco a dizer que "a Caixa está sólida" e que o seu objetivo é agora atrair as poupanças dos portugueses para as pôr ao serviço da economia.

Por fim, destaque ainda para os resultados de operações financeiras, em que a Caixa lucrou mais de 357 milhões de euros, 100 milhões dos quais graças a transações com dívida pública.

Em 2012, a CGD pagou ainda 30 milhões de euros no imposto extraordinário sobre a banca.

Fonte: Dinheiro Digital com Lusa

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