11 fevereiro 2013

Worx: Investimento imobiliário caiu 40% em 2012


Investimento imobiliário caiu 40% em 2012
A consultora Worx Real Estate Consultants revela que o volume de investimento nacional em 2012 sofreu uma queda de quase 40%, face ao registado em 2011.

O volume de investimento em Portugal durante 2012 sofreu uma quebra de quase 40% por comparação com o ano anterior, de acordo com a Worx - Real Estate Consultants. A conjuntura económica, a falta quase total de financiamento, a incerteza na Europa e a desconfiança em relação aos países do sul do continente contribuíram para que o exercício transato ficasse marcado como o de menor nível de investimento dos últimos 12 anos, declara a consultora.

O setor de escritórios permanece um dos mais significativos no total do volume de investimento. A Worx afirma que se verificou ainda a tendência para os nichos de mercado e para a aquisição de imóveis únicos que constituam uma boa oportunidade de investimento. No setor de retalho, houve maioritariamente a transação de ativos muito específicos, com um nível de risco mais baixo, em localizações prime, com contratos de longa duração e inquilinos fiáveis. Acrescenta que a maior transação foi protagonizada pelo Montepio, que adquiriu o Castilho 5 por 32,7 milhões de euros, seguido pelo Pavilhão Atlântico (22 milhões), o Pavilhão Virtual, a sede da Axa e o Virgin Active de Oeiras, com valores entre os 16 e os 13 milhões de euros. 

Portugal continua a captar o interesse de investidores privados e de family offices (sobretudo brasileiros e espanhóis), que têm vindo a ganhar um peso maior, afirma a Worx. No entanto, o investimento internacional corresponde a cerca de 20% do volume total (cerca de 32 milhões de euros). Os fundos de investimento imobiliário continuam a deter a primazia em termos de volume investido, mas cujo dinamismo é cada vez menor, "denotando a pouca atividade dos principais veículos de investimento em Portugal". Este facto "comprova-se pela evolução do volume líquido sob gestão (VLG) que, embora apresente crescimento face a 2011, se encontra longe" do registado antes de 2009. Desde este ano que "se tem vindo a assistir à pressão da subida das prime yields". A consultora refere que este crescimento é transversal a todos os setores do mercado, exceto do retalho de rua, que se mantém estável por ser uma alternativa consistente ao investimento em centros comerciais. Consequentemente, no final de 2012, as gross prime yields situam-se nos 8,00% nos escritórios, 7,50% no retalho e 8,75% em industrial & logística.

A Worx adianta que 2013 não vai divergir muito de 2012. A "atual conjuntura não sugere alterações significativas e o Orçamento de Estado para 2013 vem impor um ano de maior austeridade, que se repercutirá no mercado imobiliário". A "restrição ao financiamento manter-se-á, dificultando a concretização de negócios, diminuindo, ao mesmo tempo, o conjunto de investidores elegíveis". 

Ativos tóxicos pdem ser "oportunidades" de mercado 

A eventual entrada de um conjunto de ativos tóxicos no mercado pode, segundo a Worx, significar o aumento do seu dinamismo pela criação de oportunidades para investidores com capitais próprios uma vez que estes ativos tendem a ser apresentados com descontos significativos. 

Prevê-se ainda o reforço das sociedades de capital de risco, cujo papel na reestruturação de carteiras de ativos na posse dos bancos se tem vindo a afirmar desde 2010. 

As Novas Leis do Arrendamento e da Reabilitação Urbana tendem a, em conjunto, tornar o investimento na reabilitação dos centros das cidades mais atrativa, pelo que se espera o aumento do interesse neste segmento de mercado. No entanto, o mercado continuará a apresentar oportunidades de investimento que, à luz da conjuntura atual, poderão ser aproveitadas com a subsequente criação de valor no longo prazo. 

Fonte: Expresso/OJE

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