06 março 2013

Industrial e logística estagna em Portugal


O segmento português de industrial e logística encontra-se estagnado - sem novos projetos num horizonte próximo, de momento os promotores e proprietários estão interessados em escoar a oferta existente, de acordo com a Worx.

O setor de industrial e logística tem sido um dos mercados menos dinâmicos dos últimos anos em Portugal, uma vez que "depende fortemente do crescimento da atividade económica e das empresas", refere a Worx numa análise.

A consultora refere que a retração da oferta e da procura são as características mais presentes, a par da necessidade de controlo de custos e de racionalização das instalações. Adianta ainda que a elevada disponibilidade de espaços de boa qualidade é igualmente um fator inibidor, uma vez que não existe procura suficiente para escoar o produto.

Assim, o stock de espaços industriais e logísticos no País no final do exercício de 2012 rondava os 4,3 milhões de m2, dos quais 2,6 milhões se situavam na zona da Grande Lisboa, revelando estabilidade face aos anos anteriores. 

O nível de absorção é de cerca de 105 mil m2, o que representa "uma redução aproximada de 12% face ao ano anterior, traduzindo o pouco dinamismo do mercado". A Worx adianta que as maiores operações foram o Centro de Aprovisionamento Logístico Nacional da Decathlon Portugal em Setúbal, com 31 500 m2, a ocupação de 19 500 m2 pela Urbanos em Loures, e a concentração da atividade logística da Portugal Telecom na Póvoa de Santa Iria, com cerca de 20 mil m2.

A renda prime continua a situar-se no 5 euros/m2/mês, tendo sido ajustados os valores menores do intervalo em Lisboa Centro, Amadora, Sintra e Cascais e Margem Sul Nascente/Norte. No extremo máximo do intervalo, todos os valores sofreram reduções entre os 0,25 e os 0,50 euros/m2.

No Grande Porto, e à semelhança dos últimos anos, o mercado de industrial e logística permanece "pouco dinâmico, não se tendo verificado a conclusão de nenhum empreendimento relevante, com exceção do Terminal de Carga da DHL Express", num total de 12 500 m2.

A Worx declara que a diminuição do investimento público, a manutenção das políticas de ordenamento e a falta de apoio ao investimento por parte das autarquias têm conduzido à manutenção do stock nos últimos anos. Neste sentido, o segmento de industrial e logística atravessa "um período de estagnação, não estando previsto o surgimento de novos projetos no futuro, estando os promotores/proprietários interessados em escoar a oferta existente".

Em 2012, o ritmo da procura manteve a quebra verificada nos exercícios anteriores, e o volume de imóveis desocupados foi superior aos que foram ocupados durante o ano. Desta forma, a recuperação económica "é crucial" para que o setor possa crescer, mas, dada a atual conjuntura e a retração generalizada da procura, a consultora não perspetiva "que a retoma do setor se inicie no curto prazo".

As maiores tendências de mercado "passam pela racionalização e flexibilidade em termos de instalações, contratos e custos, contribuindo para a eficiência dos próprios espaços. Espera-se deste modo que a renegociação dos contratos permaneça o maior driver do mercado" em 2013.

No entanto, o produto existente "levará um período de tempo dilatado a ser escoado, devido à existência da oferta elevada e de boa qualidade e à diminuta procura, pelo que a construção nova se deve manter em níveis residuais".

Fonte: OJE

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