12 março 2013

Moody’s detecta 200 mil milhões de euros em crédito imobiliário espanhol não classificado


O crédito não classificado é fruto de diferentes sistemas de nomenclatura utilizados, tanto pelo Banco de Espanha, como pela agência de “rating”. No entanto, as instituições asseguram que não abrem mão das formas de classificação que utilizam.

Os analistas da agência de “rating” estimam que a banca espanhola acumula 200 mil milhões de euros em créditos imobiliários que o Banco de Espanha (BdE) não identifica nas suas contas. Como tal, o valor não foi dotado ou trespassado para o Sareb, o “banco mau”.

“Nós fazemos uma catalogação diferente do risco imobiliário da que fazem os bancos espanhóis sobre o estado da distribuição do risco associado ao crédito”, afirma Alberto Postigo, vice-presidente e analista financeiro sénior na Moody’s, cita o “Cinco Dias”. Postigo esclarece ainda que o BdE tem como referência a finalidade do empréstimo, enquanto que a Moody’s atende às classificações da Comissão Nacional de Actividades Económicas (CNAE) de Espanha.

Assim, a agência controla o risco associado ao crédito tendo em conta “a quem” se empresta o dinheiro, considerando exposição ao risco dois dos sectores reconhecidos pela CNAE: o sector da construção e o sector imobiliário. Por sua vez, o BdE mede o risco atendendo à finalidade do crédito.

“Os dados do final de 2011 revelam que o empréstimo ás empresas do sector da construção e do imobiliário totalizavam quase 400 mil milhões de euros, aos quais ainda é preciso somar o valor os imóveis que os bancos incluem nas suas contas, que perfazem aproximadamente 100 mil milhões”, revela Alberto Postigo.

O vice-presidente considera ainda que é necessário comparar este valor com os 300 mil milhões de activos imobiliários que foram alvo de saneamento ao longo do último ano, o que revela que 200 mil milhões de euros relativos a créditos do sector imobiliário não foram reconhecidos nem provisionados. “O que não foi identificado como [risco provenientes do crédito] imobiliário não transitou para o “banco mau”, afirma o analista.

Tanto o BdE como a Moody’s não abrem mão do sistema que utilizam, afirmando que o método de classificação utilizado por cada entidade é o mais adequado.
Fonte: Negócios

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