27 março 2013

O Programa Reabilitar


A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) entende que a reabilitação urbana é uma prioridade. Não só porque se reflete muito diretamente na melhoria da qualidade de vida da população, mas também porque rejuvenesce o edificado singular das nossas cidades, que é urgente recuperar. É neste enquadramento que surge o Programa Reabilitar.

A Santa Casa assume assim o compromisso efetivo e concreto de rentabilizar o seu património, respeitando o valor e a importância das doações de beneméritos que, ao longo dos séculos, deixaram à instituição os seus bens para serem colocados ao serviço dos outros, gerando receitas que possam reverter para as causas apoiadas – da Ação Social, à Saúde e à Cultura.

Com este programa, pretende-se também contribuir para reanimar a economia nacional, nomeadamente o setor da construção civil, muito fustigado neste contexto difícil que atravessamos.

Ao encontro do objetivo definido para esta área, a Santa Casa está a investir diretamente 8.1 milhões de euros na reabilitação de 15 prédios na cidade de Lisboa. À data, estão já concluídas seis obras, uma está em curso, quatro foram adjudicadas e arrancam em breve, e quatro estão em fase de lançamento das respetivas empreitadas, num total de cerca de 9.100 m2 de área bruta de construção.

Além deste investimento direto, a Santa Casa, através do Fundo de Investimento Imobiliário Santa Casa 2004 (100% detido pela instituição) e do estabelecimento de uma parceria com um promotor imobiliário, também procedeu à reabilitação de mais cinco prédios em Lisboa, num investimento total de 9.1 milhões de euros e de cerca de 11.100 m2 de área bruta de construção. Ou seja, direta e indiretamente, a Santa Casa potencia um investimento total da ordem dos 17.2 milhões de euros na reabilitação de cerca de 20.200 m2 de área bruta de construção.

A pensar numa segunda fase do Programa Reabilitar, temos 23 prédios com projetos licenciados e que se encontram em processo de análise, no sentido de selecionarmos os que serão de avançar para obra, atendendo a princípios de viabilidade económico-financeira.

Toda a nossa carteira de projetos destina-se ao mercado de arrendamento, habitacional e não habitacional, e não a venda. Dentro da nossa política e estratégia, a venda (ainda que sendo possível) é sempre vista como exceção. Neste momento, a carteira de arrendamentos urbanos da Santa Casa é constituída por cerca de 700 contratos. Destes, 500 são “habitacionais” e os restantes 200 são “não habitacionais”.

Acreditamos que os nossos investimentos têm um efeito de contágio, ajudando a dinamizar outras intervenções locais, o próprio setor, a cidade e, claro, o país.

A reabilitação urbana, conjugando o legado do passado, as necessidades do presente e a confiança para o futuro, é um caminho inadiável e incontornável que assumimos como aposta. E esta aposta não se mede, nem se traduz em meras intenções, mas sim em factos e investimentos concretos.

Por Ricardo Amantes, Diretor do Departamento de Gestão Imobiliária e Património da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML)

Fonte: Público

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