16 abril 2013

Existem 125 mil casas para vender e 79 mil para arrendar


Dos 5,8 milhões de fogos existentes em Portugal, 735 mil são alojamentos vagos, 425 mil fogos estão devolutos, sem condições imediatas de habitabilidade, 74 mil não estão disponíveis e 30 mil fogos são destinados ao arrendamento turístico. Ou seja, restam a nível nacional, pouco mais de 125 mil casas para venda e 79 mil para arrendamento, em condições efectivas de utilização imediata para habitação.

Estes foram números divulgados por Reis Campos, presidente da Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário – CPCI, durante o seminário da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal – APEMIP, realizado no Porto. O responsável adiantou ainda que destes fogos construídos mais de 1,5 milhões necessitam de intervenção. São números que traduzem uma realidade para a qual não se encontra paralelo nos principais países europeus.

Em território nacional 29% dos edifícios precisam de obras, em Espanha representam 10,4% e em França, essa percentagem ronda os 14%. Apesar desta discrepância, o peso da reabilitação na produção do sector em Portugal é de apenas 6,5%, enquanto na Europa este peso é de 36,8%. “Na Europa, a renovação e manutenção de edifícios têm um peso idêntico ao de construção nova”, salientou Reis Campos.

Peso do mercado de arrendamento é o segundo mais baixo da Europa

Mesmo no actual cenário de congelamento do mercado de construção de habitação, em que seria de esperar um aumento das obras de reabilitação, verifica-se que tal não acontece. No ano passado, o licenciamento de obras de reabilitação conheceu uma quebra de 8,4%.

Também na última década, em que se assistiu a uma forte redução da construção nova e, simultaneamente, a um quase desaparecimento do crédito imobiliário, o arrendamento regista um recuo. O peso deste mercado, que já era o segundo mais baixo em toda a Europa, desceu dos 20,8% registados em 2001, para 19,4%, em 2011.

No Porto uma em cada cinco casas encontra-se desocupada

A cidade do Porto serviu de exemplo para demonstrar a lacuna na reabilitação urbana. Uma em cada cinco casas encontra-se desocupada, ou seja, 20% do total. Por comparação, Londres regista uma taxa de alojamentos vagos de 2,1%, Paris 7,8% e Marselha, a segunda cidade francesa, 7,1%. “Uma cidade como o Porto não pode apresentar este nível de abandono. São 26 mil habitações, muitas delas em avançado estado de degradação, das quais, à data dos Censos, apenas 5.400 estavam disponíveis para o arrendamento”, revelou Reis Campos.

Construção e Imobiliário representam 10% do PIB europeu

O presidente da CPCI referiu ainda que a reabilitação urbana é expressamente contemplada no novo ciclo europeu de programação estratégica, 2014-2020. “Será um instrumento orientador para toda a economia, que terá de permitir uma mobilização concertada da nossa sociedade, em torno de uma visão global. Veja-se que, na Europa, 75% da população, vive nos centros urbanos. Estes são responsáveis por 80% do consumo de energia e por cerca de 85% do PIB europeu. Numa perspectiva mais global, verifica-se mesmo, que apenas 600 cidades respondem por 60% do Produto Interno Bruto Mundial”, reforçou. Reis Campos salientou também que a construção e o imobiliário desempenham na economia comunitária 10% do PIB europeu e é responsável por 20 milhões de empregos.

Fonte: Diário Imobiliário

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