15 abril 2013

Faltam casas no Algarve


A Região do Algarve foi uma das que mais cresceu ao nível do mercado residencial e turístico nas últimas décadas do século passado. Mas na viragem para o século XXI e na entrada do novo milénio tudo se alterou e nem mesmo a atracção do sol algarvio conseguiu afastar o ‘fantasma’ da retracção na venda de habitação. Como se deixou de vender, a construção parou e agora até já existe falta de casas em determinadas zonas algarvias.

Reinaldo Teixeira, administrador da Garvetur, empresa especialista de imobiliário e turismo do Algarve, revela que foi a partir de 2008 que se começou a notar um abrandamento nas transacções imobiliárias e desde aí a comercialização realiza-se a ritmos menores que anteriormente, contrariamente à construção que estagnou totalmente, “o que fez com que o stock disponível tenha vindo a ser vendido, pelo que pontualmente em determinadas zonas da região constata-se falta de unidades de habitação para venda”.

Contudo, esta situação na opinião do responsável leva a que o Algarve caminha para o equilíbrio no que respeita à relação da oferta e da procura. “O que é bastante positivo para o futuro do sector imobiliário turístico no Algarve, sector de grande importância para a economia da região e do próprio país”, salienta Reinaldo Teixeira.

Russos, chineses e investidores do médio Oriente procuram Algarve

Quem compra nesta altura casa no Sul do país são sobretudo investidores portugueses, emigrantes e estrangeiros de várias nacionalidades, com o objectivo de rentabilizar. O administrador da Garvetur assegura mesmo que quem tem poupanças disponíveis, ou condições para recorrer a financiamentos, esta é a altura ideal para comprar a preços de oportunidade. “Constatamos que o imobiliário português está cada vez mais atractivo para os investidores nacionais ou estrangeiros, depois do mercado brasileiro e angolano, surgem os mercados russos, chineses e outros países asiáticos e os do Médio Oriente por reconhecerem que o nosso país oferece actualmente oportunidades que dificilmente virão a existir no futuro”, assegura.

Apesar dos estrangeiros se renderem aos encantos do Algarve ainda são os portugueses que compram mais: 60% de investimento nacional (residentes em Portugal e no estrangeiro) e 40% de investimento estrangeiro. Reinaldo Teixeira adianta ainda que as medidas de acção que visam divulgar o turismo residencial, que tem por objectivo captar o investimento estrangeiro, “merecem o nosso aplauso e pecam por tardias. É importante que estas acções tenham um carácter de continuidade”.

Living in Portugal devia ter aparecido mais cedo

Uma das medidas que têm vindo a despertar mais o interesse dos investidores estrangeiros são os Golden Visa. O responsável garante que a cada dia que passa existe uma maior preocupação dos mercados fora da Europa em adquirir os Golden Visa pois estes dão acesso a toda a comunidade europeia. “O projecto Living in Portugal, iniciativa de extrema importância e deve ser valorizado, pecando apenas não ter aparecido mais cedo. Esta e todas as outras acções desenvolvidas neste sentido são bastante positivas pois irão ajudar de forma muito acentuada a reforçar a procura pela aquisição de habitação de elevada qualidade que existe em Portugal, com destaque para o Algarve no que se refere ao turismo residencial, atraindo assim investimento e aumentando o número de residentes que ajudarão a dinamizar toda a economia portuguesa nos seus múltiplos vectores”, salienta.

Na verdade, o turismo residencial ainda domina no Algarve, embora nas cidades se destaque a habitação. Reinaldo Teixeira revela que o turismo residencial tem um grande peso como produto estratégico no impulsionamento da economia, particularmente no Algarve. “As inúmeras potencialidades de negócio, que do nosso país oferece são indiscutíveis. São de extrema importância as acções de promoção no estrangeiro, levando o melhor de Portugal além-fronteiras, importa por isso fazer acções de promoção continuadas destacando esta e outras realidades. Portugal é reconhecido com regularidade por vários organismos internacionais de renome, como um dos melhores países para investir em imobiliário, por reunir boas condições e vantagens competitivas, realidades que raramente são referidas”, explica.

Preços entre 80.000€ e os 300.000€ para apartamentos e entre os 190.000€ e os 7500.000€ para moradias

Os preços médios praticados no Algarve dependem bastante da localização e do tipo de produto. De uma forma geral os preços médios nos imóveis para habitação no Algarve litoral são mais elevados do que no interior. A zona do Algarve Central, nomeadamente a zona do Triângulo Dourado é onde se registam os valores mais elevados. Em média, variam entre 80.000€ e os 300.000€ para apartamentos e entre os 190.000€ e os 7500.000€ para moradias. Em Lisboa os valores dos apartamentos variam entre os 150.000€ e os 350.000€ e das moradias entre os 250.000€ e os 800.000€. “Obviamente que no segmento luxo temos valores superiores”, conclui Reinaldo Teixeira.

Fonte: Diario Imobiliario

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