O “urban infill” pode ser definido como o novo desenvolvimento urbano, tendo por base a ocupação de áreas abandonadas ou por desenvolver dentro das próprias cidades.
Comas cidades a ficarem lotadas, a sua expansão estende-se para lá da sua periferia. Os terrenos agrícolas são arrasados para dar lugar a novas construções, escolas e centros comerciais. Dotar estes terrenos de novas infraestruturas é extremamente dispendioso e torna-se necessária a criação de serviços públicos para servir um pequeno número de habitantes. Além disso grande parte as pessoas que aí habitam, deslocam-se todos os dias para a cidade para trabalhar. Este modelo não é, de todo, sustentável.
A resposta a este problema é a densidade. Lotes urbanos que se encontram vagos,abandonados e com utilizações indesejadas devem ser alvo de projetos de regeneração urbana, criando espaços comerciais, escolares, de saúde e, claro, habitação.
A ocupação destes lugares devolve vida e animação à cidade. Elimina a insegurança e os espaços descaracterizados que reduzem o valor das propriedades. Utilizar, adaptando, as infraestruturas existentes apresenta custos muito inferiores, reduzindo o tempo de retorno dos investimentos que a cidade faz, uma vez que mais pessoas utilizam os mesmos serviços e equipamentos.
Vantagens do “preenchimento urbano”
Podem ser construídas casas a preços acessíveis para que a classe trabalhadora tenha a sua habitação perto do local de trabalho. Estas habitações devem também ser adequadas para todas as gerações e/ou culturas.
A “densidade” permite que nos desloquemos a pé, de bicicleta ou de transportes públicos, reduzindo assim a utilização do automóvel individual. Menos despesa, melhor saúde.
As pessoas conhecem-se umas às outras quando vivem em conjunto, criando-se comunidades, laços e ações de solidariedade. Estas iniciativas por sua vez aumentam a sensação de segurança nas cidades.
O “infill” não “trata” apenas os espaços vagos, criando novos bairros sustentáveis. É também responsável pela renovação de edifícios abandonados,sejam eles residenciais ou comerciais. Reabilitar é sempre mais ecológico do que construir de novo.
Reutilização adaptativa em cidades
Reutilização adaptativa é o conceito de utilizar edifícios abandonados e degradados, recuperando-os alterando o seu uso. Um antigo armazém pode ser reconvertido em apartamentos. Um supermercado pode-se tornar uma escola. Uma antiga fábrica pode dar origem a um complexo comercial e habitacional. Um elemento-chave da reutilização adaptativa é que as características históricas são respeitadas e preservadas para manter intacta a traça do edifício e o seu legado histórico.
Procura-se ao máximo reciclar os materiais existentes por forma reduzira pegada ecológica do edifício, aproveitando também a estrutura existente sempre que possível.
Como tornar o Preenchimento e a Regeneração Urbana uma realidade?
Projetistas devem trabalhar com os governantes na identificação dos locais aptos a receber em processos de preenchimento e regeneração. Organizações sem fins lucrativos, associações de moradores, urbanistas e financiadores devem trabalhar em conjunto para transformar espaços vazios em bairros animados e sustentáveis. É economicamente viável pensar os espaços para que sejam densos.
Este preenchimento vai também criar empregos, valorizar os imóveis e aumentar a sua base tributária, contribuindo ainda para reduzir as emissões de gases.
Como aumento constante da população mundial somos obrigados a repensar e ter outro tipo de cuidado com a forma como ocupamos a nossa terra. Não pela indisponibilidade de superfície para ocupar, mas pela quantidade de recursos consumidos na expansão territorial.
Fonte: Strategy XXI
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