22 abril 2013

Mercado de compra e venda com sinais de estabilização


Os resultados do PHMS (Portuguese Housing Market Survey) de Fevereiro de 2013 destacam os primeiros sinais de estabilização observados no mercado de compra e venda bem como a forte atividade do mercado de arrendamento.
No setor de compra e venda as instruções de compra aumentaram pela primeira vez desde que o inquérito é realizado (Setembro de 2010). 
Mais, esta melhoria verificou-se em 2 das 3 regiões abrangidas pelo inquérito (Porto e Algarve). Os contratos promessa apresentaram também alguma estabilização em todas as regiões.

A interpretação dos últimos resultados relativos a vendas como boas notícias deve ser vista de forma mais prudente, pelo menos nesta fase, considerando-se antes que o mercado se encontra num potencial ponto de viragem. Em primeiro lugar, porque os dados não são ajustados sazonalmente, o que se justifica pelo seu curto historial. Em segundo, porque os preços continuam a cair. O saldo de respostas relativo a preços situou-se em -56, isto é, mais 56% dos respondentes reportaram quedas de preços em vez de aumentos. Ao mesmo tempo, o índice nacional de confiança - medida composta baseada nos preços e expectativas relativas a vendas – manteve-se negativo, alcançando -31 pontos. Ainda assim este foi o melhor resultado que o indicador atingiu em mais de 2 anos.

O mercado de arrendamento continua a beneficiar, em parte, da fraca atividade no sector de vendas, uma vez que as famílias, impedidas de aceder a financiamento, optam por arrendar. De facto, a procura por parte dos inquilinos manteve-se firme e espera-se que as transações continuem a crescer ao longo dos próximos 12 meses, embora se tenha verificado uma desaceleração em ambos os casos.

No entanto, as rendas têm caído e as expectativas têm-se mostrado bastante negativas. Tal pode refletir um excesso de oferta, sendo que as limitações na evolução do rendimento das famílias podem também constituir um problema. Existe ainda alguma evidência de um desajustamento entre a oferta e a procura.

Segundo Ricardo Guimarães, Director da Ci: “A maioria do mercado está ainda a sofrer as consequências da crise. No entanto, um número crescente de agentes tem vindo a registar um aumento da procura por parte de investidores externos. Esta procura tem sido impulsionada pelo facto dos imóveis poderem ser adquiridos a desconto e, também, devido aos benefícios dados pelo Governo a compradores não residentes no país, como é o caso dos ‘Golden Visa’.”

Já, Josh Miller, Economista Sénior do RICS, adianta: “Os resultados de Março apontam para os primeiros sinais de estabilização no mercado de compra e venda. Porém, nesta fase, é ainda imprudente afirmar que o mercado se encontra definitivamente num ponto de viragem. O cenário económico permanece, no geral, bastante fraco, com a taxa de desemprego nos 17,5%. Existe, no entanto, alguma evidência de que os potenciais compradores começam a apreciar os preços das casas.”

Fonte: Ci

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