01 maio 2013

Maputo com oportunidades no imobiliário e nos operadores de retalho


O mercado de imobiliário e de retalho em Maputo ainda está numa fase embrionária em termos de desenvolvimento, avança Marta Esteves Costa, diretora de research & consultoria da Cushman & Wakefield. 
No entanto, o bom desempenho da economia criou um potencial de crescimento promissor. Diz que estes fatores conjugados permitem "antever excelentes oportunidades neste mercado, tanto para promotores e investidores imobiliários, como para operadores de retalho.

No estudo "Retalho em Maputo, oportunidade ou desafio?", a consultora C&W conclui que a oferta comercial existente na cidade "é de um modo geral pouco desenvolvida e de reduzida qualidade, oferecendo aparentemente bastante espaço a futuros conjuntos comerciais modernos que se venham a desenvolver".
Marta Esteves Costa alerta, no entanto, para os hábitos de consumo da população, a par da vasta oferta comercial na África do Sul, concretamente na cidade de Nelspruit. Aquela localização é bem mais competitiva na relação qualidade-preço do que a existente em Maputo.
Diz ainda que "os hábitos de consumo enraizados na população são um forte desafio para qualquer novo projeto comercial que surja". Adianta que o crescimento da economia que nos últimos anos melhorou 5%, em média e em termos de PIB, a par do aumento do número de expatriados que se instalam na cidade, "indicam forte potencial para uma nova oferta na cidade".

Historicamente o retalho ficou para segundo plano, tendo os decisores preferido o investimento no desenvolvimento de projetos de hotelaria, habitação e escritórios. A classe média, realça o estudo, "é manifestamente insipiente" mas a vaga de expatriados tem vindo a gerar interesse pelo setor.
Há uma fraca diversidade da oferta, dispersão das zonas comerciais, dificuldades de acesso e estacionamento, um nível relativo de insegurança, prática de preços muito elevados e stocks reduzidos. O setor alimentar é uma exceção, com uma oferta vasta, sobretudo de retalhistas sul-africanos. 

A oferta de retalho em Maputo envolve centros comerciais, galerias comerciais, retail parks e unidades stand-alone. 

A nível de centros comerciais os mais representativos são o Maputo Shopping Center, composto por 106 lojas em 10 mil m2. O Marés Shopping Center é o mais recente projeto do género na cidade, tem uma área de 9 mil m2 e é ancorado por um Woolworths e um supermercado Shoprite, ambos sul-africanos. O Polana Shopping é um edifício de uso misto, com 1500 m2. Existe ainda o centro comercial Rovuma e as Galerias Interfranca.
Entre os retail parks e stand-alones destaca-se o Matola Retail Park, localizado nos arredores de Maputo e que está ancorado num supermercado e em lojas de telecomunicações. De relevar o Zimpeto Square, com 12 mil m2 e que possui um supermercado Pick n Pay e as lojas Edgars e PEP. O comércio de rua consiste maioritariamente num comércio tradicional de reduzida qualidade, que "funciona em convivência com os mercados de rua e venda ambulante, ambos integrantes da economia paralela", realça a C&W.

Os operadores presentes são maioritariamente sul-africanos, com uma presença residual de outros operadores internacionais. Algumas das grandes marcas europeias estão no mercado via franchising.

Interessante é a oferta futura de Maputo. Os projetos de retalho são maioritariamente inseridos em uso misto, englobando os setores residencial, escritórios, hotéis e retalho.

O projeto localizado nos antigos terrenos da Facim, Feira Internacional de Maputo, está pronto para arrancar. Será um empreendimento de uso misto, com usos para residencial, escritórios, hotéis e retalho, num total de 270 mil m2 em termos de área bruta locável. O retalho vai ocupar cerca de 30 miolo m2.
O projeto da Cidadela de Matola envolve 200 milhões de dólares, sendo promovido pelo consórcio entre a Public Investment Corporation, a McCormick Property Development e a SIF. Está previsto um centro comercial de 46 mil m2, a par de um centro de saúde, um spa, hotel, centro de conferências, escritórios, complexo governamental, centro cultural, museu e futura praça Samora Machel.
Está ainda previsto a prazo a construção do Maputo Business Tower, resultante de uma parceria entre a Green Point e os correios de Moçambique, envolvendo um investimento de 110 milhões de dólares. A torre de 47 andares destinará 32 para escritórios e restantes para estacionamento e centro comercial.
Por último, o projeto JAT VI tem previsto três edifícios de escritórios, hotel e torre residencial, com o piso térreo ocupado por um centro comercial. O projeto está previsto para o Bairro Central C, na Av. Presidente Carmona.

Fonte: OJE

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.