31 julho 2013

Impressão 3D cria oportunidades no imobiliário industrial e logístico, diz a Jones Lang LaSalle


A evolução da Indústria de produção e impressão em 3D está a criar oportunidades para investidores e promotores imobiliários, considera a Jones Lang LaSalle.
Um novo research da consultora sublinha que as mudanças na indústria produtiva criarão maior complexidade e mais desafios para as empresas de produção, mas aumentarão as oportunidades para os investidores e promotores imobiliários.

O relatório destaca que a impressão tridimensional irá transformar determinadas partes do processo produtivo, bem como a natureza das fábricas e das cadeias de distribuição. Embora esteja ainda a dar os primeiros passos, a impressão 3D tem potencial, a longo-prazo, para desencadear o que alguns especialistas já apelidaram de "nova revolução industrial". 

A capacidade de "imprimir" objetos à escolha poderá mudar radicalmente a forma como e onde os processos produtivos se desenvolvem, assim como o tipo de instalações que as empresas exigem. Em vez de uma produção em massa, a impressão 3D foca-se na customização; em vez de deslocalização internacional, a impressão 3D deverá encorajar uma produção mais local e próxima do mercado.

De acordo com Jon Sleeman, Director de EMEA Logistics & Industrial Research na Jones Lang LaSalle, a impressão 3D irá "mudar a natureza das fábricas em algumas indústrias. Em vez de fábricas de grande dimensão feitas à medida, este processo criará uma procura para edifícios de pequena e média dimensão mais estandardizados, que as empresas irão preferir arrendar em detrimento da compra. Em resultado, emergirão novas oportunidades para investidores e promotores imobiliários".

As dinâmicas que influenciam a localização da capacidade produtiva - incluindo questões como a deslocalização para países em desenvolvimento, a relocalização para os países de origem ou uma deslocalização para países mais próximos - estão também em mudança. 

O relatório refere que, embora a deslocalização para países em desenvolvimento tenha sido uma tendência importante, há muitas indústrias que se caracterizam por um foco predominantemente local ou regional; têm inerentemente menor mobilidade; e podem ter um forte racional para permanecer em economias de custos mais elevados. Adicionalmente, nos últimos dois a três anos, existem sinais de que o ritmo da deslocalização para países em desenvolvimento está a abrandar, e mesmo alguma evidência de relocalização para os países de origem das empresas produtivas, especialmente nos EUA, mas também na Europa. 

Estas tendências revelam uma maior compreensão dos "custos escondidos" mais abrangentes associados à produção em mercados internacionais, incluindo a dilatação dos prazos de entrega para responder aos clientes e a exposição a riscos nas cadeias de distribuição. 

De acordo com Jon Sleeman, "a evolução da indústria está a motivar a procura para um conjunto de imóveis em toda a cadeira de valor, incluindo instalações para I&D - muitas vezes localizadas junto à produção - e espaços logísticos que apoiam o processo produtivo. 

De acordo com a Jones Lang LaSalle, nos últimos cinco anos (2008-2012), as empresas de produção geraram diretamente 16% do total de absorção de imobiliário logístico em 11 dos principais países Europeus, evidenciando o peso da indústria como fonte de procura para este tipo de imobiliário". 

Paul Betts, EMEA Logistics & Industrial, da Jones Lang LaSalle, sublinha: "A evolução da indústria influenciará a procura de imobiliário em toda a cadeia de valor. Implicará também alterações nas localizações, à medida que se desenvolvem novos clusters industriais e emergem novas localizações".

E acrescenta: "Os promotores e investidores imobiliários cujo foco de imobiliário industrial se tem concentrado na logística, deverão também considerar as oportunidades geradas pela indústria, especialmente em localizações fortes de clusters". 

A evolução dos processos de produção está a mudar a paisagem da indústria na Europa. O relatório sublinha quatro das maiores economias industriais do mundo são europeias: Alemanha, Itália, França e Reino Unido. 

Por outro lado, a Europa atrai um volume substancial de investimento direto estrangeiro (IDE) na indústria. Refere ainda que nos 27 países da União Europeia, o valor acrescentado bruto da indústria deverá crescer em termos reais em cerca de 15% entre 2011 e 2021, de acordo com estimativas independentes. 

Refere ainda o relatório que a Europa tem uma elevada diversidade de indústrias produtivas altamente competitivas, muitas vezes concentradas geograficamente em clusters, o que gera uma forte procura para o imobiliário. Adianta que as economias da Europa Central e de Leste continuarão a ser localizações atrativas para as indústrias que sirvam os mercados Europeus, na medida em que combinam custos relativamente baixos com uma mão-de-obra com boas competências e acesso aos mercados. 

Por seu lado, a Rússia, o maior destino europeu de investimento direto estrangeiro no segmento industrial nos últimos 10 anos, poderá atrair mais indústria para servir os seus mercados consumidores e também os anteriores estados soviéticos e os países do Médio Oriente. Também a Turquia atrairá mais indústria devido aos baixos custos, ao seu mercado interno em crescimento e à proximidade com mercados europeus mais ricos. 

Fonte: OJE

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