22 agosto 2013

Rendas nas favelas do Rio estão a aumentar devido à Copa e aos Jogos Olímpicos


A organização de grandes eventos desportivos e a pacificação das favelas estão a lavar a cara do Rio de Janeiro mas nem todos os cariocas estão satisfeitos com as mudanças.
A cidade maravilhosa tem sido inundada de dinheiro, para financiar, não só infraestruturas desportivas, mas também programas governamentais de desenvolvimento económico, com os residentes mais carenciados a aumentarem o seu nível de vida, como conta o The Guardian.

Mas nem tudo é um mar de rosas na transformação do Rio de Janeiro, particularmente nos morros da zona sul. A especulação imobiliária e o aumento do nível de vida está a levar a um crescimento acentuado das rendas das casas nas favelas. Mais, com a pacificação torna-se mais fácil aceder aos morros e os investidores imobiliários estão a encontrar áreas apetecíveis onde comprar terrenos, valorizando a propriedade.

As rendas das favelas aumentaram mais 6,8% do que nas zonas ricas da cidade nos dois últimos anos, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas. O valor de um imóvel nestas áreas aumentou em média 45% nos dois últimos anos, segundo o Sindicato da Habitação (Secovi), mas existem casos em que a valorização superou os 100%.

No Complexo Alemão, antigamente considerada uma das favelas mais perigosas, as rendas triplicaram nos últimos anos e o pagamento de despesas de condomínio está agora ao mesmo nível das zonas mais exclusivas do Rio.

Na favela do Vigidal, com vista para o mar e entre os bairros nobres do Leblon e São Conrado, comprar uma casa custa agora cerca de 223 mil euros.

Só a favela da Rocinha, a maior do Brasil, recebeu mais de 500 milhões de euros em ajudas governamentais, que inclui dar casa a 300 famílias.

O aumento do nível de vida também está a contribuir para o encarecimento das rendas. Em dez anos, o rendimento per capita nas favelas cariocas aumentou 109%, sendo superior ao registado na cidade e no país durante o mesmo tempo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um morador do morro ganhava em média 75 euros mensais no ano 2000 e passou a ganhar 157 euros em média, mais do dobro, após uma década.

Fonte: Dinheiro Vivo

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