Os ingleses e os irlandeses eram os que mais compravam imóveis portugueses, mas nos últimos anos essa tendência alterou-se.
Agora são os brasileiros, os russos, os chineses e os franceses nessa posição. Mas não devemos olhar apenas para estes mercados. Os países nórdicos estão perto e é necessário atraí-los. A pouco mais de duas horas de voo, Portugal pode ser o país ideal para quem procura um refúgio mais quente nos meses de Inverno, longe do frio do Norte da Europa.
A maioria da população da Escandinávia ainda não conhece as potencialidades de Portugal, e foi por esse motivo que o português Rui Gomes, a trabalhar na Suécia como director de marketing numa empresa local, decidiu eliminar essa lacuna. Em conjunto com um parceiro de negócios, Magnus Sandebree, criou em Agosto a Park Avenue Real Estate Portugal, a primeira mediadora na Escandinávia que comercializa exclusivamente imobiliário português. Trata-se de produtos de gama média/alta e que têm despertado interesse no povo sueco.
Em entrevista ao SOL, Rui Gomes revela que a reacção tem sido muito boa, “existe uma forte concorrência de outros mercados e, como Portugal é um destino ainda a ser descoberto, temos que por vezes fazer de um operador turístico e logístico no terreno, algo que é muito apreciado pelos clientes”.
O responsável adianta ainda que Portugal apresenta enormes potencialidades, porque pode oferecer o que o mercado nórdico busca em outros destinos com uma estrutura escandinava forte, como em Espanha e no Sul de França. Mercados como a Florida, a Tailândia e a Croácia também competem com Portugal na Escandinávia. “Em linhas gerais, a nossa missão é ser a referência em relação a Portugal, divulgando de uma forma atractiva o que o país oferece e ir diminuindo a margem dos outros destinos”, explica.
A Park Avenue Real Estate Portugal funciona como site, visto a busca de imóveis na Suécia ser feita maioritariamente na internet e pelas redes sociais. Em 2014 está prevista a abertura da primeira loja, em Estocolmo.
Meio ambiente é importante na escolha dos escandinavos
Na opinião de Rui Gomes existem atracções como o clima, o número de resorts de qualidade com campos de golfe, a costa com praias excelentes e condições para prática de desportos náuticos como a vela. O responsável adianta ainda que o meio ambiente é muito importante na escolha de uma segunda casa para os escandinavos e aí Portugal é muito atractivo, tal como pela história e cultura, incluindo a gastronomia e a vinicultura.
Rui Gomes indica que existem ainda algumas dificuldades a ultrapassar, como por exemplo a falta de voos todo o ano para destinos como Faro e os preços mais elevados.
Apesar do imobiliário português ter o património desvalorizado, isso não alicia a população escandinava. “Não creio que seja algo fundamental”, esclarece Rui Gomes. Explica ainda que, na procura de imóveis gama média-alta, o preço é importante mas não essencial. Um factor importante foi a mudança de impostos aplicada pelo estado Português a estrangeiros.
Vantagens para suecos
Johan Thim é director no banco sueco Ålandsbanken e responsável por qualquer assunto em relação a Portugal. Refere que existem dois tipos de investidores: por um lado os que têm interesse em investir numa segunda casa para férias, e por outro os que pretendem mesmo mudar-se para Portugal. “Claro que no primeiro caso as solicitações são em maior número, mas no segundo caso trata-se de investidores com muito capital, que querem investir em negócios e casa para obterem uma série de vantagens financeiras a nível de impostos”, explica Johan Thim.
O director salienta também que o clima pode ser muito apelativo para a escolha de Portugal, sobretudo porque um país europeu com clima quente é um sonho para muitos suecos. “Muitos suecos acreditam que os preços vão cair ainda mais. Eu não sou tão pessimista, mas o mercado é muito sensível a essas notícias. Mas, na realidade, cada vez mais suecos querem mudar-se para Portugal, com a intenção inicial de não comprar, mas arrendar um apartamento e ver como a situação se desenvolve. Agora é um bom momento para investir em Portugal”, conclui o director do banco Ålandsbanken.
Fonte: SOL
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