30 agosto 2012

Prestação da casa baixa para metade em quatro anos



Contratos revistos no próximo mês vão beneficiar de nova descida na mensalidade reflectindo a queda, para novos mínimos históricos, das Euribor. 

Vem aí mais uma descida da prestação da casa. Quem tem crédito vai passar a contar com a mensalidade mais baixa de sempre na próxima revisão, beneficiando da queda acentuada das Euribor. O valor que as famílias portuguesas têm agora de desembolsar mensalmente é praticamente metade daquilo que chegaram a pagar quando os juros atingiram recorde.




As Euribor chegaram a superar a fasquia dos 5% em 2008, no auge da crise financeira que rebentou nos EUA, reflectindo a forte resistência dos bancos em emprestarem dinheiro entre si por receio no incumprimento na devolução do mesmo. Essa tensão levou as taxas interbancárias, que são utilizadas como indexantes no crédito, a disparar. Um crédito de 100 mil euros, a 30 anos, com um "spread" de 0,7%, chegou a custar 600 euros por mês.
Os cortes de juros que se sucederam, aliviaram a pressão. As taxas estão agora em mínimos históricos. Face ao máximo pago pelo crédito à habitação, assiste-se a uma redução para quase metade, com as mensalidades a encaminharem-se, com base na média das Euribor em Agosto, para muito perto dos 300 euros. Há uma redução de 44% e 43%, face a 2008, no custo dos créditos indexados à taxa a 3 e a 6 meses, respectivamente.

A descida expressiva reflecte já as novas reduções no custo do crédito à habitação para quem tem revisão do contrato no próximo mês. A manutenção da tendência negativa das Euribor, perante a perspectiva de que o BCEpossa voltar a baixar o preço do dinheiro na Zona Euro, traduz-se em mais uma queda da mensalidade. Esta fixará, assim, um novo mínimo histórico.

Prestação cai quase 10%

Quem tem o crédito indexado a uma taxa variável a 6 meses vai sentir a redução mais acentuada. A média de 0,612% registada em Agosto, que serve de referência para os contratos realizados em Setembro, compara com a de 1,345% na revisão anterior, traduzindo-se numa diminuição de 9,6% na prestação. O mesmo financiamento de 100 mil euros a 30 anos passará a custar 336,17 euros por mês.

Esta será a maior queda da prestação desde 2009, para os contratos indexados à euribor a 6 meses. Já no caso dos créditos em que a base é a taxa a 3 meses, haverá uma redução de 4,81%. Esta menor redução é explicada pelo facto de estes estarem já a beneficiar da quarta descida consecutiva do valor da mensalidade que, a partir de Outubro (a nova prestação entra em vigor no mês seguinte ao da revisão), passam a pagar 323,34 euros.

Margem reduzida para descidas

O fardo do crédito à habitação para as famílias volta a reduzir-se. No entanto, não deverão sentir reduções tão expressivas nas próximas revisões de contrato, apesar da perspectiva de novos cortes de juros do BCE. A maioria dos economistas consultados pela Reuters acredita que haverá um corte já em Setembro, mas há também quem acredite que ele pode não acontecer. "Admito que possa haver mais um corte até final do ano", diz Filipe Garcia, economista da Informação de Mercados Financeiros. Neste sentido, "a tendência das taxas é ainda de queda", remata.

"A Euribor a 3 meses deverá ficar em torno dos 0,2%", estima Rui Bernardes Serra, economista-chefe do Montepio. Os contratos futuros sobre esta taxa mostram que deverá situar-se, no início do próximo ano, nos 0,23%, dando margem para que os custos do crédito baixem mais cerca de 2%. Daí para a frente, com base nos dados actuais, a prestação deverá sofrer poucas alterações, subindo muito ligeiramente. Nos créditos com taxa variável a 6 meses, a redução será idêntica, a manterem-se as actuais previsões.



Fonte: Negócios





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