21 outubro 2013

Empresas mudam para escritórios mais pequenos


Há oito anos que não havia tantos escritórios vazios em Lisboa. No primeiro semestre deste ano, a taxa de desocupação foi de 13,19%, o que corresponde a 600 mil metros quadrados, segundo o estudo WMarket Review 2013, da consultora imobiliária Worx. E 55% dos negócios que ocorreram neste período foram de mudança de instalações de empresas para escritórios mais pequenos.


O Corredor Oeste, relativo aos parques de escritórios situados no concelho de Oeiras, é a zona com a maior taxa de desocupação da região, de 27,2%. Do lado contrário encontra-se o Parque das Nações, com 13,6%. Segundo o estudo, este nível de dinamismo “reduzido” no mercado é devido “não apenas à conjuntura económico-financeira do país mas também à crise política ocorrida no primeiro semestre”.

As rendas têm acompanhado esta tendência de menos procura, com várias zonas a atingiram valores mínimos nos últimos cinco anos (ver gráfico). É o caso da Zona Histórica de Lisboa, onde, por exemplo, um escritório de 300 metros quadrados custa hoje 2520 euros por mês, menos 780 euros do que em 2009. A renda prime, o valor mais alto do mercado, está nos 18 euros por metro quadrado, valor que se mantém inalterado em relação a 2012, mas tem vindo a descer desde 2008, ano em que se situava nos 21,50 euros.

A área de escritórios absorvida nos primeiros seis meses do ano foi de 26 mil metros quadrados, “a menor de sempre desde que há registos”, salienta o estudo, com o Parque das Nações a registar a maior área absorvida (mais de seis mil m2), num total de 17 operações. No entanto, a maior parte dos negócios feitos no primeiro semestre (55%) devem-se ao facto das empresas mudarem de escritórios. “Seguindo a tendência registada no ano passado, a mudança de instalações continua a representar mais de 50% das operações, seguida da expansão de instalações que verificou um aumento de mais de 6%, representado 24% da área absorvida”, explica Pedro Salema Garção, responsável da agência Worx.

A área média de negócio tem diminuído - 304 metros quadrados em 2013, quando há cinco anos era de 772. Pedro Garção explica que a “tendência é para a ocupação de áreas menores”, devido às empresas necessitarem de uma maior “racionalização dos custos e maior eficiência dos espaços”. Assim, é natural que 80% dos negócios efetuados nos primeiros seis meses deste ano correspondam a áreas menores de 800 metros quadrados, com apenas duas operações com áreas superiores a mil metros quadrados. Trata-se da Randstad, que alugou um escritório de mais 1700 metros quadrados na Rua Amílcar Cabral, e da National Oilwell Varco Norway, que abriu uma filial em Portugal, alugando um espaço de 1200 metros quadrados no edifício Atlantis Business Centre no Parque das Nações.

Quanto ao futuro, o mercado deverá continuar com pouca procura, aponta o estudo. Isto porque não existem, para já, “projetos previstos no curto prazo [após 2014]”, o que tem feito que as maiores operações sejam “efetuadas por grandes empresas que não terão alternativas de mercado que respondam aos seus requisitos”. Até ao próximo ano estão apenas previstos 70 mil metros quadrados de nova oferta, dos quais 70% na zona 1 (Av. da Liberdade até ao Saldanha) e na zona 2 (Avenidas Novas e Amoreiras), sendo a maioria dos edifícios “reabilitação de imóveis preexistentes, tendo a construção nova menor expressão”.

Fonte: Dinheiro Vivo

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