21 outubro 2013

Reabilitação urbana e eficiência energética: o caminho para um setor mais sustentável


Portugal tem feito um esforço no sentido de garantir progressivos níveis de eficiência energética dos edifícios que, ao mesmo tempo, assegurem as exigências de qualidade e de conforto.

Vivemos numa década na qual um terço do consumo de energia e emissões de CO2 são precedentes dos imóveis em que trabalhamos ou habitamos. Estes dados não podem deixar-nos indiferentes. Por esse motivo, Portugal tem feito um esforço no sentido de garantir progressivos níveis de eficiência energética que, ao mesmo tempo, assegurem as exigências de qualidade e de conforto dos edifícios. Esta preocupação é crescente e representa novos desafios para a sociedade.

Este contexto é cada vez mais favorável à implementação de políticas e instrumentos de apoio, tal como a reabilitação urbana, o certificado energético de edifícios e a etiquetagem energética de produtos. Os consumidores necessitam de apoio para melhorar a eficiência energética nas suas casas e são necessárias ferramentas para os ajudar.

Um parque edificado degradado

A Europa tem mais de 200 milhões de edifícios que representam 30% do consumo de energia dos Estados membros, e metade destes edifícios tem mais de 45 anos. Por este motivo, torna-se importante apostar na sua reabilitação e eficiência energética. O potencial de poupança energética está estimado em 30%, que representa, simultaneamente, uma possibilidade de poupança e uma possibilidade de dinamizar a economia e criar postos de trabalho. Alcançar este objetivo significa contribuir para um parque edificado mais sustentável e equilibrado, permitindo uma maior qualidade de vida e a redução da fatura energética dos consumidores.

Existe um potencial grande de reabilitação de habitações em Portugal, pois nas últimas décadas a política que tem sido seguida foi de incentivo à construção nova, o que de alguma forma fez com que os centros urbanos perdessem residentes e os seus edifícios mais antigos ficassem degradados. Mesmo os edifícios das décadas de 60 a 80 apresentam um estado de conservação preocupante, pois as famílias não conseguem suportar os custos de manutenção exigidos.

Com base na certificação energética dos edifícios, a maior e mais fiável base de dados de edifícios em Portugal, verificamos que temos 4 milhões de fogos com desempenho energético reduzido onde mais de 85% dos edifícios construídos, antes de 1999, são classe energética C ou inferior. Com base no cadastro de cerca de 600 mil frações com certificação energética efetuada por peritos qualificados independentes, verifica-se que foram registadas mais de 1 milhão de medidas de melhorias, apresentadas no certificado energético (CE) como forma de alerta ao proprietário com as ações que pode efetuar para melhorar o desempenho energético da sua fração. O CE pode ter um papel muito importante no desencadear do processo da pequena reabilitação.

Promover a reabilitação urbana

A reabilitação urbana é uma prioridade estratégica para Portugal e essencial para atingir estas metas. Esta aposta é um dos caminhos para fazer face ao atual contexto económico e financeiro e representa uma clara oportunidade de melhorar a qualidade e sustentabilidade do ambiente construído, vital para a qualidade de vida dos portugueses, para promover as nossas empresas, bem com para a identidade e competitividade estratégica do nosso país.

Uma boa reabilitação energética permite, entre outras coisas, ganhar conforto na habitação, aproveitar potencial de redução de consumos, vender ou arrendar de forma mais célere e diferenciada e reduzir impacto ambiental dos edifícios.

As ferramentas disponíveis e o contributo da ADENE

Como vista à promoção da reabilitação urbana existem políticas e iniciativas de incentivos a nível nacional e local, tendo a ADENE dado um forte contributo para o setor e seus beneficiários, através dos seus sistemas e plataformas: Sistema de Certificação Energética dos Edifícios, SCE, www.adene.pt; Sistema de Etiquetagem Energética de Produtos, SEEP, www.seep.pt; simulador casa+, www.casamais.adene.pt; plataforma solarpt – informação e monitorização; formação técnica, Academia Adene, www.adene.pt; Fundo de Eficiência Energética, FEE, fee.adene.pt.

Pretende-se que estas plataformas sejam um ponto de encontro entre os consumidores e os profissionais do setor, que quebrem barreiras, promovam o diálogo e fomentem a confiança entre todos os envolvidos, pois só, desta forma, será possível promover o mercado da reabilitação em Portugal. São muitos os desafios que Portugal e o setor da construção têm pela frente, mas são mais as oportunidades para a afirmação e reforço da dimensão energética na construção, reabilitação e utilização dos edifícios. Cabe a todos continuar a dinamizar este sector.

Radiografia do setor da reabilitação:
  • Mais de 200 milhões de edifícios na Europa
  • 50% dos edifícios com mais de 45 anos 
  • Edifícios representam 30% do consumo de energia
  • Potencial de poupança energética de 30% 
  • A reabilitação é essencial para atingir as metas europeias 20-20-20
Fonte: Público

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