14 novembro 2013

Há menos 28 mil portugueses em incumprimento


Habitação contraria tendência com aumento no número de casos de devedores com crédito vencido.
Havia 658,8 mil portugueses em incumprimento no crédito no final do terceiro trimestre, menos 28.563 do que no final de Junho, de acordo com os dados da Central de Responsabilidades de Crédito do Banco de Portugal. Foi, de resto, o segundo trimestre consecutivo de evolução favorável deste número.

Em dois meses o número de portugueses em incumprimento encolheu 4,8% ou 33 mil casos, representado agora 15% do total de titulares de empréstimo. Uma evolução positiva que se deve sobretudo à diminuição dos devedores com crédito vencido no consumo, com menos 32.243 casos. Neste segmento baixou-se mesmo a fasquia dos 600 mil casos, com o número de portugueses em incumprimento a ficar nos 599,78 mil.

O número de empresários em nome individual em incumprimento registou um decréscimo significativo, de 119,38 mil casos em Junho para 98,63 mil em Setembro, um decréscimo de 17,4%.

A habitação contraria esta evolução positiva, com 1.448 novos casos entre Junho e Setembro. No final do terceiro trimestre havia 148.468 devedores com crédito vencido, um aumento de 1,5% face aos 146.224 registados no final de Dezembro.

Peso do crédito malparado volta a aumentar em Setembro

Apesar da redução do número de portugueses em incumprimento, voltou a verificar-se um aumento do peso do crédito malparado no total dos empréstimos concedidos. Uma evolução que é justificada por uma descida mais acentuada do valor total em dívida do que do incumprimento.

Os bancos tinham, no final de Setembro, 17,15 mil milhões de euros de cobranças duvidosas nas suas carteiras, o que corresponde a menos 102 milhões de euros do que em Agosto. Contudo, apesar do volume ter diminuído estes 17,15 mil milhões de euros correspondem a 7,45% do total dos empréstimos (230,17 mil milhões de euros), de acordo com os dados estatísticos provisórios divulgados esta terça-feira, 12 de Novembro, pelo Banco de Portugal. Em Agosto o peso era de 7,42%, apesar do valor total das cobranças duvidosas ser mais elevado.

As empresas continuam a representar a maior fatia do malparado, quer em termos de volume (11,99 mil milhões), quer de rácio (11,92%). Já os particulares são responsáveis por 5,16 mil milhões de euros de incobráveis, o que representa 3,98% do total dos financiamentos.

No caso das empresas, esta percentagem atingiu um novo máximo histórico, segundo os dados do Banco de Portugal, que agregam os números desde Dezembro de 1997.

Já entre os particulares, o peso do malparado no total do financiamento até desceu de 4,03%, em Agosto, para 3,98%, no mês em análise. De salientar que Setembro corresponde também ao fecho de um trimestre, um período em que os bancos costumam aproveitar para vender algumas carteiras de crédito, o que costuma ter um impacto positivo nestes rácios.

Entre os vários destinos de financiamento a particulares a tendência foi semelhante. O peso dos incobráveis diminuiu no crédito ao consumo, para 11,97%, e nos empréstimos para outros fins, onde se inclui a educação, a saúde e os empresários por conta própria, para 12,57%. Já no segmento do crédito à habitação observou-se uma manutenção da taxa nos 2,22%.

Fonte: Negócios

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