03 novembro 2013

Reabilitar pode ser a solução anticrise


A empresa AJBF substituiu a aposta na construção nova pela reabilitação. Portugal tem 730 mil casas devolutas, muitas delas à beira da ruina. Relegada para segundo plano durante muito tempo, a reabilitação começou a tornar-se numa aposta séria só quando a crise se instalou no imobiliário. Para algumas pequenas empresas de construção que durante anos apostaram em projetos de raiz, a reabilitação tornou-se agora num balão de oxigénio para conseguir sobreviver à recessão.

É o caso da empresa AJBF - Engenharia e Habitação, com sede em Sesimbra, que durante anos assentou a sua atividade na construção nova somando, ao longo dos seus 17 anos de existência, cerca de 16 empreendimentos com uma centena e meia de moradias, situadas essencialmente nas zonas de Sesimbra e Meco. A sustentabilidade construtiva das habitações foi sempre uma das principaos orientações desta empresa familiar, princípios que lhe valeram um prémio SIL, em 2011 na categoria de "Eficiência Energética".

Agora, e de há três anos a esta parte, a empresa reorientou os seus esforços para a reabilitação de casas degradadas no centro histórico de Sesimbra, indo ao encontro de um nicho de mercado que está muito ativo.

"Começámos por fazer o que sempre fizemos: primeiro gostar do local, depois comprar os edifícios e reabilitar à séria", diz o engenheiro António Júlio Ferreira, sócio-gerente da empresa. O "reabilitar à séria" passa pelo respeito pelo que já existe no imóvel, começando desde logo pela sua estrutura e reforçando depois a sua componente térmica e acústica. 

A empresa AJBF apostou também na oferta de casas de tipologias mais pequenas e valores mais baixos. "Sesimbra tem-se revelado um mercado interessante dado a proximidade a Lisboa. Todos os investimentos que aqui se fizeram recentemente assentam em casas grandes, com apartamentos à volta dos € 300.00 a €400.000. Apercebemo-nos por isso que havia um mercado para imóveis mais pequenos e baratos a variar os €80.000 e os €170.000", acentua ainda Diogo Ferreira.

Lembrando a necessidade de reabilitação que existe no edificado de muitas localidades um pouco por todo o país, António Júlio Ferreira lembra o exemplo paradigmático de Barcelona onde a avaliação de prédios para reabilitar não se faz caso a caso mas em quarteirões inteiros. "Pode ser que com as novas leis de ordenamento de território, essa situação venha também a melhorar em Portugal", remata o responsável da AJBF.

NOVA APOSTA
A empresa AJBF - Engenharia e Habitação, de António Júlio Ferreira e Diogo Ferreira, apostou durante 17 anos na construção de raiz de vários empreendimentos nas zonas de Sesimbra e Meco, mas a crise no mercado imobiliário levou ao redirecionamento da empresa para a reabilitação. Uma estratégia que já está a dar frutos. Com seis imóveis reabilitados no centro histórico de Sesimbra, a empresa está a vender não só a pequenos investidores que arrendam os imóveis para férias mas também a compradores de primeira habitação.

Fonte: Expresso

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