15 dezembro 2013

Portugueses apostam em imobiliário na Baía de Luanda


€1,1 mil milhões vão dar forma a 25 edifícios. Há portugueses entre os arquitetos e os 12 investidores. 
Contagiado pelo ritmo frenético a que cresce a economia de Angola e o sector imobiliário em Luanda, o premiado arquiteto português Frederico Valsassina é um estreante por estas terras, mas já se sente em casa. "Nunca fiz um projeto aqui. Comecei agora com um convite para projetar quatro torres na parcela 3", que fica na ilha de Luanda, disse no I Fórum de Negócios da Baía de Luanda.


Valsassina é um dos arquitetos portugueses envolvidos no projeto, mas há outros, como Costa Lopes. Têm ateliê em Luanda e em Lisboa e são responsáveis por edifícios na mesma parcela. Todos ficam implantados num dos três terrenos geridos pela Sociedade Baía de Luanda (SBL) que, depois de requalificar toda a baía, está agora a dinamizar a primeira fase de construção de residências, escritórios e espaços comerciais. São 494.000m2 de construção que arrancam no início do próximo ano. As infraestruturas de uma das parcelas, junto ao hotel Presidente, já estão finalizadas. As outras duas estão em curso. 

"Esta fase vai erguer 30% do loteamento total, num investimento de 1,5 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros) e a obra durará dois a três anos e meio", explica Miguel Carneiro, presidente da SBL. São 12 os investidores envolvidos nesta fase, com capital de vários países e, segundo Carlos da Silva, vice-presidente da SBL, "provam que vale a pena negociar em Angola e contribuir para a transformação do país". Acrescenta que "não importa a sede social ou a dimensão das empresas investidoras, porque há lugar para todas". Os lotes têm várias dimensões, o que faz com que os promotores tenham perfis distintos. Entre os investidores com capitais portugueses contam-se a Omatapalo, liderada por Carlos Alves e Joaquim Fitas, conhecida por ter erguido estádios para o mundial de hóquei em Angola; a Baía Premium, do empresário José Guilherme; a Right Angle, onde participa Manuel Resende de Oliveira; e a Progest, que junta Manuel Resende de Oliveira ao investidor angolano Rui Mingas. Foi ele o autor do hino de Angola e cantou-o no lançamento do projeto, no dia 6 de dezembro, acompanhado de crianças desfavorecidas que são apoiadas pelo projeto Logos, do Banco Atlântico, que por sua vez é acionista da SBL. 

Entre os grupos angolanos destaca-se a IHE, do empresário Silvestre Tulumba, a Printel, a Síntese Participações e Investimentos e a Socsol. Junta-se à lista a Pumangol, sedeada na Suíça (grupo Trafigura), que já abriu ali um gigante posto de abastecimento de combustíveis, e a Ondjo Imobiliária, de capital israelita. E há dois fundos de investimento envolvidos: Stanford & Manhattan e Odell-Fundo de Investimento. Todos acreditam no potencial daquela economia. Os portugueses garantem ao Expresso não sentir na pele o "fim da parceria estratégica", anunciada pelo Presidente José Eduardo dos Santos. Afirmam que a aliança económica Portugal-Angola é para continuar, esperando que o clima político evolua no mesmo sentido. Esta semana o Presidente Cavaco Silva reuniu com o vice-presidente angolano Manuel Vicente, em Joanesburgo, e isso foi tema de conversa. A esperança renasceu na terra de Nelson Mandela.

"É o meu primeiro projeto em Angola. A baía é o local certo para começar, com um convite para desenhar quatro torres residenciais, no total de 40.000 m2. As fachadas são inspiradas nos panos africanos", afirma o arquiteto Frederico Valsassina.

Fonte: Expresso

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