Os encargos aumentam perto de 1% para a maior parte das famílias que revêem o valor da prestação da sua casa em Fevereiro.
A maioria das famílias que revêem a taxa de juro do crédito à habitação em Fevereiro vão contar com um agravamento da prestação. Os empréstimos associados às Euribor a três e seis meses - que em Setembro de 2011 representavam mais de 90% dos contratos de crédito à habitação - sobem perto de 1%, o maior agravamento dos últimos dois anos e meio.
Para os empréstimos associados às Euribor a três e seis meses, a prestação sobe 0,9% e 0,8%, respectivamente, a partir do próximo mês. Assumindo o cenário de um empréstimo de 100 mil euros por um prazo de 30 anos e um ‘spread' de 1%, nos créditos indexados à Euribor a três meses os encargos mensais aumentam 3,1 euros, para 335,23 euros. Para estas famílias, trata-se da quarta revisão consecutiva em que a prestação da casa fica mais cara. Já para os contratos com Euribor a seis meses, assumindo o mesmo cenário, a subida fica na ordem dos 2,84 euros, para 340,15 euros. Há dois anos e meio que estes agregados não sofriam um agravamento dos encargos com a casa. Apenas os contratos que usam a Euribor a 12 meses continuam a beneficiar de um corte na prestação que neste caso desce um euro (-10,2%) para 340,1 euros.
O aumento dos custos com o crédito à habitação surge na sequência da subida das Euribor que se verifica desde Novembro último e nem a redução da taxa de juro de referência da zona euro pelo Banco Central Europeu (BCE) para o mínimo histórico de 0,25% nesse mês conseguiu travar. Neste momento, qualquer dos principais indexantes associados ao crédito à habitação supera essa taxa: as Euribor a três e seis meses rondam os 0,3% e os 0,4%, respectivamente. Já a 12 meses, o indexante já supera 0,5%. A redução do excesso de liquidez no mercado interbancário justifica essa pressão altista dos juros. Mas ainda há 15 dias, na habitual análise semanal da IMF para o Finanças Pessoais, os seus analistas referiam que apesar da tendência de alta dos juros estes não deverão subir muito mais nos próximos tempos. "Estaremos sempre a falar de valores que dificilmente passarão os 0,4% na Euribor a três meses e os 0,50% na Euribor a seis meses, a menos que a política monetária do BCE se altere radicalmente", referia a IMF.
O comportamento dos contratos de Forward Rate Agreement (FRA) que servem de orientação para a evolução da Euribor a três meses apontam no mesmo sentido. Para o final do ano indicam como referência os 0,31%, o mesmo nível a que a Euribor a três meses se encontra. Só para o final de 2014 sinalizam que o indexante chegue aos 0,5%. Boas notícias para os portugueses que poderão continuar assim a beneficiar do baixo nível dos juros no seus empréstimos.
Fonte: Económico
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