31 janeiro 2014

Habitação: Saiba em que zonas os preços das casa já sobem


Os preços das casas começam a subir, mesmo na periferia das grandes cidades.
O sector imobiliário nacional sofreu um forte abanão nos últimos anos devido à crise. Mas à medida que a economia dá os primeiros sinais de recuperação surgem indícios de que a pior fase para o mercado imobiliário já passou. O número de transacções de imóveis têm vindo a subir, enquanto os operadores se mostram cada vez mais confiantes de que 2014 será o ponto de viragem para o segmento. Já os preços das casas mantém-se ainda em queda, mas num grau cada vez menos acentuado. Esta tendência foi particularmente notória nos últimos meses de 2013.

Outro indicador que também dá sinais de estabilização é a avaliação bancária: o preço a que os bancos avaliam as casas na altura de concederem crédito. Há quatro anos consecutivos a cair - devido aos efeitos da crise financeira e por precaução devido a critérios mais apertados do sector bancário na concessão de empréstimos à habitação - 2013 foi ainda assim o ano em que essa quebra foi mais curta: -0,5% para uma média de 1.014 €/m2, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Os últimos três trimestres foram mesmo de subida ou de estabilização do preço médio de avaliação. 

"O facto de em 2013 ter havido a menor quebra dos últimos quatro anos, poderá efectivamente reflectir uma inflexão do sector, e é um sinal de que a banca está a estabilizar os valores de avaliação", explica Luís Lima, presidente da Associação de empresas imobiliárias APEMIP. O que, segundo o mesmo responsável, "tendencialmente se poderá traduzir numa melhoria das condições de acesso ao crédito, resultando numa melhoria do mercado interno, que poderá retomar algum dinamismo".

O Diário Económico analisou os dados da avaliação bancária das casas relativos ao último trimestre de 2013 para perceber as zonas do país que apresentam uma melhor recuperação em termos de avaliação bancária (ver infografia). Constata-se que das 18 capitais de distrito, metade registou naquele período uma melhoria daquele indicador face ao trimestre anterior. A subida do valor das avaliações foi mais notória em quatro dessas capitais. A Guarda lidera destacada com um aumento de 16,62%, para 814 €/m2, seguida por Leiria (6,16%), Porto (4,97%) e Viana do Castelo (4,19%). Os valores médios de avaliação sobem ainda mais em algumas cidades de média dimensão. É o caso da Marinha Grande que apresenta uma subida de preços de 26,21% só no último trimestre. Mas destacam-se ainda cidades como Guimarães (10,88%) e Olhão (9,29%).

Mas ao olhar para os maiores agregados populacionais, nomeadamente as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, constata-se ainda que as maiores subidas nas avaliações das casas acontece nas zonas da periferia. É o que acontece com Palmela, Sintra, Seixal, Setúbal e Amadora - na área metropolitana de Lisboa. Todas superam a subida de 0,22% no preço médio verificada em Lisboa. Já Trofa, Espinho, Vila do Conde, Santo Tirso e Maia são destacam-se entre as maiores subidas na área metropolitana do Porto. 

Segundo Luís Lima, "o facto de ser nos arredores das grandes cidades que se verifica uma maior subida dos valores de avaliação bancária, tem a ver com a ausência de activos nos centros das grandes cidades, que começam a esgotar, e havendo menos oferta nestas zonas a procura acaba por se estender aos arredores o que resulta na valorização positiva dos imóveis situados nestas zonas". Um sinal positivo, tendo em conta que os arredores das grandes cidades também foram os mais penalizados durante a crise do sector imobiliário.

Fonte: Económico

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