Não há dúvida de que o mercado de investimento imobiliário comercial está a recuperar e todos sabemos os factos e os números: 2013 viu o volume de investimento triplicar desde 2012.
Claro que não foi uma conquista difícil, uma vez que o volume total de 2012 em todo o país foi o equivalente a um edifício de escritórios em Londres de tamanho médio (105€ M). A situação realmente começou a mudar após as dificuldades políticas do verão do ano passado terem efetivamente sido resolvidas.
Nos últimos quatro meses de 2013, o mercado começou realmente a acordar. E se 2013 foi o ano em que o mercado acordou, 2014 é um ano em que o mercado pode descolar.
Os sinais estão todos lá! No ano passado, o perfil de comprador mais conservador, o investidor estrangeiro institucional, volta a surgir no mercado, os investidores privados e family offices continuam a estar ativos, alguns grupos chineses estão prestes a fechar sua primeira onda de negócios imobiliários comerciais e outros compradores internacionais, como players norte-americanos, estão a investir tempo e esforço no nosso mercado.
A acrescentar, mais e mais proprietários de imóveis de grande dimensão estão a realizar exercícios de forma a descobrir o quanto realmente valem os seus ativos imobiliários, com vista a uma possível venda. Todos os sinais são de que este ano o volume de transações pode disparar substancialmente.
Mas, apesar de toda essa atividade positiva, existem algumas interrogações persistentes sobre esta aparente recuperação.
O mercado de investimento aparenta estar a recuperar a uma velocidade vertiginosa, enquanto a economia portuguesa, só agora está a mostrar os primeiros sinais tímidos de recuperação, a ritmo de caracol. Vendedores com produtos de alto risco vão descobrir que o interesse dos investidores será muito limitado, e qualquer oferta que possam receber estará em níveis bem abaixo das suas expectativas.
Quando é que o financiamento bancário se tornará mais disponível? Só nos últimos meses alguns bancos começam a estar disponíveis para aprovar empréstimos conservadores e com elevados custos. São sempre para investimentos "super" seguros, e até o financiamento ser de acesso mais fácil, a recuperação será sempre limitada.
Possivelmente, o maior obstáculo para a recuperação do mercado de investimento é o simples facto de o mercado ser pequeno e a falta de produto adequado para a crescente procura. Em 2014, se houvesse uma grande oferta de edifícios de escritórios bem localizados, com inquilinos fortes, e ao mesmo tempo um grande número de projetos de reabilitação a um preço atrativo e com uma localização central, conseguiríamos vendê-los todos.
No entanto, estou confiante na previsão de que este ano vamos ver atividade e volumes de transações que excedem 2011, 2012 e 2013 juntos.
Por Tim Seconde, Associate Director de Capital Markets da CBRE
Fonte: OJE
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